O Dia Mundial do HTLV (10 de Novembro) foi instituído pela Associação Internacional de Retrovirologia (IRVA – International Retrovirology Association) em 2018 para dar visibilidade a um dos retrovírus humanos, o vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1), que é o responsável por pelo menos duas doenças: a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL- adult T-cell leucemia/lymphoma) de alta letalidade, e a mielopatia associada ao HTLV-1 ou paraparesia espástica tropical (HAM / TSP – HTLV-1-associated mielopathy/ tropical spasticparaparesis), de elevada morbidade. Não há cura para estas doenças e elas são negligenciadas, não constando sequer do rol de doenças consideradas negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O HTLV-1 é transmitido principalmente pelas vias: parenteral (por transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas e agulhas infectadas durante a droga adição, por acidente com material perfuro-cortante infectado, e pelo transplante de órgãos e células infectadas), vertical (pelo aleitamento materno prolongado por mais de seis meses) e sexual (pelo sexo desprovido de uso de preservativo). Quanto à transmissão por via parenteral, esta via passou a ter menor importância no Brasil, desde a obrigatoriedade da sorologia para HTLV em bancos de sangue em 1993, em receptores e doadores de órgãos em 2009, e após a introdução da política de redução de danos aos usuários de drogas injetáveis e a troca da cocaína injetável pelo crack. No entanto, a sorologia para HTLV não é recomendada, tampouco obrigatória, durante o pré-natal das gestantes. Como o Brasil é o país da América Latina com o maior número absoluto de infectados por HTLV-1, esta medida pode resultar na diminuição de casos de transmissão por esta via e na erradicação futura do HTLV-1, à semelhança do que vem ocorrendo no Japão, onde em Nagasaki havia 20,3% de transmissão vertical do HTLV-1 na década de 1980, e em 2010 diminuiu para 2,5%. Ainda, ela evitará o surgimento de casos de ATLL já que 20% das crianças nascidas de mães HTLV-1-soropositvas que são amamentadas por mais de seis meses, desenvolvem esta leucemia. Ademais, a sorologia para HTLV não é obrigatória tampouco recomendada em populações vulneráveis (pessoas expostas a infecções sexualmente transmissíveis), como: homens que fazem sexo com homens, travestis, transexuais, profissionais do sexo masculino e feminino, moradores de rua, pessoas privadas de liberdade, entre outros.
Para divulgar e comemorar a data, estão sendo programados Eventos em Universidades, Institutos de Pesquisa e ONGs no Brasil e no exterior.
Em 2018, a pesquisadora Adele Caterino de Araujo, do Instituto Adolfo Lutz e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, redigiu dois artigos para divulgar a data comemorativa (Caterino-de-Araujo, A. BEPA 2018;15(179):27-30 e Caterino-de-Araujo A. Rev. Inst Adolfo Lutz. 2018;77:e175), e neste ano decidiu ministrar uma palestra abordando o tema, no Anfiteatro Augusto S. Taunay (Anfiteatro Central) do Instituto Adolfo Lutz, que será transmitida via web, no dia 04 de novembro, das 13:00 às 15:00h no endereço http://webconferencia.saude.sp.gov.br/htlv041119, onde serão apresentados dados sobre a descoberta dos HTLV, doenças associadas, epidemiologia, vias de transmissão, conquistas e os desafios futuros.
Ao entrar no link da transmissão, selecione a opção “entrar como convidado”. É obrigatório identificar-se no padrão: ‘“cidade”.”seu nome”-“órgão/secretaria/unidade” (não se identificando assim, o usuário poderá ser desconectado da sessão, tendo que entrar novamente, seguindo o padrão).
Haverá interação com o público que poderá tirar suas dúvidas.
Além da palestra foi confeccionado um banner que ficará exposto nos prédios que congregam o Instituto Adolfo Lutz.
Assistam à palestra e celebremos juntos o Dia Mundial do HTLV – 10 de Novembro.