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FAPESP lança chamada com fundação da República Tcheca

Pesquisadores vinculados a instituições de ensino e pesquisa do Estado de São Paulo podem participar da chamada conjunta da FAPESP com a Czech Science Foundation (GACR), da República Tcheca. É a segunda chamada lançada no âmbito do acordo de cooperação entre as instituições.

Propostas de projetos bilaterais podem ser submetidas em todos os domínios científicos, desde que no âmbito da pesquisa científica básica. Os pesquisadores têm até o dia 7 de abril de 2020 para submeter propostas de projetos.

Cada proposta deverá ter um pesquisador responsável no Estado de São Paulo e um da República Tcheca. Na FAPESP, os projetos tramitarão segundos as normas e orientações da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, devendo ser consideradas as condições e excepcionalidades descritas na chamada.

A GACR disponibilizará um orçamento próprio para a chamada e a FAPESP compromete-se a equiparar este financiamento até o limite de R$ 100 mil por projeto, por ano, para projetos de até 36 meses.

Espera-se que as propostas sejam balanceadas entre as duas equipes, não especificamente em termos monetários, mas com comprometimento com a pesquisa e esforços equivalentes de ambos os lados. Os projetos devem ser conduzidos tanto na República Tcheca como no Estado de São Paulo.

A chamada de propostas está disponível em www.fapesp.br/14010

Notícia publicada no site da FAPESP –  http://www.fapesp.br/14037

Novo coronavírus acelera produção e difusão científica

Carlos Fioravanti  |  Pesquisa FAPESP * – Em 28 de fevereiro, o Instituto Adolfo Lutz divulgou a sequência genética do vírus Sars-CoV-2 do primeiro paciente brasileiro, relatado dois dias antes. O trabalho reuniu pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e de Oxford, no Reino Unido, e comparou 127 genomas completos de 17 países em que o vírus já foi encontrado. De acordo com o relato publicado no Virological.org, um site para virologistas, a amostra do vírus chamada Brazil/SPBR1/2020 difere por apenas três mutações da Wuhan-Hu-1, tomada como referência. O sequenciamento ajuda a entender como o vírus está se dispersando pelo mundo e pode ser útil para o desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos.

“Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia”, disse Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, à Karina Toledo, da Agência FAPESP. “Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos não sabem a origem do surto na região da Lombardia, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras” (leia notícia em: http://agencia.fapesp.br/32637/).

Ao lado de Nuno Faria, da Universidade de Oxford, Sabino coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde). O projeto, apoiado por FAPESP, Medical Research Council e Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido), tem como objetivo estudar em tempo real epidemias de arboviroses, como dengue e zika. O sequenciamento do genoma viral foi conduzido pela equipe coordenada por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP com bolsa FAPESP.

Assim como ocorreu com o sequenciamento realizado no Instituto Adolfo Lutz, a publicação dos resultados de trabalhos científicos sobre o novo coronavírus tem sido bastante rápida. O surto emergiu em dezembro de 2019 na China, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e cientistas chineses anunciaram a descoberta de um coronavírus em 9 de janeiro e a base GenBank, dos Estados Unidos, publicou, dois dias depois, a primeira sequência genômica da nova variedade. Em 22 de janeiro um artigo na Journal of Medical Virology apresentou as primeiras análises genômicas do novo vírus, indicando que teria se originado provavelmente de morcegos. O número de artigos sobre o Sars-CoV-2 – a maioria de grupos de pesquisa da China – saltou de 36 no final de janeiro para 62, em 6 de fevereiro, e 155, 11 dias depois. No dia 28 de fevereiro, eram 216.

Esse processo foi mais lento em 2002, durante a epidemia de Sars, causada por outros coronavírus. O primeiro caso de Sars despontou na China em novembro daquele ano. A OMS emitiu um comunicado alertando para o surto em 12 de março de 2003, e em maio a revista científica New England Journal of Medicine (NEJM) publicou a primeira descrição do coronavírus, identificado pelos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Essa rapidez tem sido possível porque as revistas científicas encurtaram o prazo de análise dos artigos sobre o novo vírus, publicando-os em alguns dias em vez de levar meses. Além disso, os pesquisadores podem usar repositórios de artigos ainda não aceitos para publicação em revistas científicas, os chamados preprints, que praticamente não existiam nos surtos virais anteriores (leia notícia em https://revistapesquisa.fapesp.br/2017/04/19/revisao-em-praca-publica/).

De acordo com uma reportagem da revista Science de 28 de fevereiro, os dois maiores repositórios de preprints, o bioRxiv e o medRxiv, recebem 10 novos artigos por semana sobre o novo coronavírus. Foi no bioRxiv que um grupo com pesquisadores da USP e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicou um artigo sobre um fragmento de proteína que poderia ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus.

O processo acelerado de publicação de artigos científicos não se mostrou imune a problemas. Em 30 de janeiro, a NEJM publicou um estudo de pesquisadores da Universidade de Munique sobre a aparente transmissão do vírus de uma mulher assintomática para outras quatro pessoas na Alemanha. A notícia se espalhou rapidamente na mídia, que acompanhava os desdobramentos do surto, mas na verdade não foi bem assim.

No mesmo dia, a revista recebeu e publicou uma carta de retratação assinada pelos autores do artigo, informando que a transmissão ocorrera quando a mulher já apresentava os sintomas da infecção. Os autores do artigo não conseguiram verificar melhor seu estado de saúde e concluíram que a retificação deveria ser comunicada imediatamente. Em épocas normais as retratações de revistas científicas podem demorar meses ou anos para vir a público.

Segundo caso de coronavírus

No sábado (29/02), a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e o Ministério da Saúde confirmaram o segundo caso de infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2, em um homem de 32 anos, residente na cidade de São Paulo, que chegou da Itália no dia 27. No dia seguinte, com febre, dor muscular e dor de cabeça, procurou o Hospital Israelita Albert Einstein, que identificou o vírus. Com sintomas leves, o homem voltou para casa; sua mulher, seu único contato familiar, permanece assintomática. Até o dia 29, havia 182 casos suspeitos do novo coronavírus em todo o país, dos quais 91 em São Paulo.

* Reprodução de texto publicado em https://revistapesquisa.fapesp.br/2020/02/29/novo-coronavirus-acelera-producao-e-difusao-cientifica/

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Rede de Bibliotecas da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo realiza pesquisa de usuários

A Rede de Bibliotecas da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo inicia a aplicação das ações previstas no Plano Estratégico da Rede de Bibliotecas da SES/SP – 2019/2023.
Elaborado em 2019 em conjunto com representantes das bibliotecas de cada unidade que integra, como Centro Cooperante, a BVS Rede de Informação e Conhecimento da SES/SP, o Plano prevê várias ações visando fortalecer a Rede, inovar e ampliar serviços.

A primeira ação do Plano em 2020, é o desenvolvimento de um estudo de usuários, com a aplicação de um questionário para avaliar perfil e demandas.

Estudo de usuários da Rede de Bibliotecas da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo ficará disponível para preenchimento, no período de 02 a 06/03/2020.

Conheça o Portal Multimídia, fonte de informação disponível na BVS Rede de Informação e Conhecimento da SES/SP

O Portal Multimídia, coleção de vídeos e outras mídias que integram uma das Fontes de Informação disponíveis na BVS Rede de Informação e Conhecimento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, tem conteúdo relacionado a temas como promoção da saúde, políticas de saúde, prevenção de doenças, vigilância em saúde, inovação e tecnologia em saúde, além de outros assuntos pertinentes à área.

O Portal permite buscas por coleção, assunto e tipo de mídia. Os vídeos estão disponíveis para serem assistidos online.

O principal conteúdo do Portal engloba mídias produzidas por profissionais no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, gerando uma base de dados específica da produção científica e técnica institucional.

 

As áreas técnicas da SES/SP que produzem mídias e tem interesse em disponibilizá-las no Portal Multimídia, podem encaminhar os links para os e-mails: bvs-ric@saude.sp.gov.br e ctd@saude.sp.gov.br. Para isso, os arquivos devem estar no formato mp4.

 

Programa de Formação para a Investigação Científica do Instituto Adolfo Lutz (PIFIC-IAL)

INSTITUTO ADOLFO LUTZ

Comunicado
Edital Fedial 07/2020.

O Instituto Adolfo Lutz, da Coordenadoria de Controle de Doenças, torna público o Edital de abertura de inscrições para seleção de candidatos a 01 (uma) vago no Programa de Formação para a Investigação Científica do Instituto Adolfo Lutz (PIFIC-IAL), no ano de 2020/2021, para atender a projeto para desenvolvimento de métodos laboratoriais avança- dos em biologia molecular por sequenciamento de nova geração e metagenômica para o diagnóstico e a vigilância genômica de agravos emergentes em saúde pública.

 

I – DO LOCAL DE EXECUÇÃO DO PROJETO:
1.1 IAL/Central – Av. Dr. Arnaldo, 351 – Cerqueira Cesar – São Paulo/SP

II – DA BOLSA
2.1 A bolsa de estudo do PIFIC-IAL será financiada pelo Fundo Especial de Despesa do Instituto Adolfo Lutz – FEDIAL.
2.2 O valor da bolsa fixado pelo Conselho Técnico Adminis- trativo do IAL é de R$ 1.840,00.

Maiores informacoes: cpi@ial.sp.gov.br

Nova página da Biblioteca Virtual facilita acesso a equipamentos de uso compartilhado

André Julião | Agência FAPESP – Em 2015, o pesquisador Hudson Wallace Pereira de Carvalho, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP), obteve recursos da FAPESP, na modalidade de apoio Equipamento Multiusuário (EMU), para a compra de um sistema de microanálise por fluorescência de raios X.

O equipamento de alto custo foi fundamental para o desenvolvimento de um projeto em que Carvalho investigou como as plantas metabolizam nanomateriais encontrados em fertilizantes. Também tem sido usado por pesquisadores de outras instituições, como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e a Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

“Hoje, recebemos desde alunos de pós-graduação em odontologia, interessados em verificar a absorção de materiais existentes em próteses dentárias, até pesquisadores da indústria de fertilizantes”, disse Carvalho, que graças ao aparelho firmou parcerias no Brasil e no exterior.

Para facilitar o acesso aos equipamentos multiusuários distribuídos pelas diversas universidades e institutos de pesquisa no Estado de São Paulo, a FAPESP criou uma página que permite localizá-los de acordo com uma classificação de três níveis e com foco no objeto de uso do equipamento.

“Havia uma dificuldade para encontrar os equipamentos disponíveis e contatar quem faz o agendamento. O site vai ajudar bastante nesse sentido. Quando há mais de um equipamento, o usuário pode comparar a distância, o valor da taxa, a disponibilidade e assim por diante”, disse Luiz Nunes de Oliveira, membro da Coordenação Adjunta para Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP.

O site parte de uma classificação em seis grandes categorias. Cada uma delas pode ser expandida, revelando subcategorias. O interessado pode ainda alimentar o campo de buscas com termos que identifiquem o equipamento ou a técnica ou preencher o quadro de palavras-chave.

“Uma classificação por área, como biologia, química, física e assim por diante, não seria tão efetiva. Um microscópio, por exemplo, pode ser usado na química, na biologia, na engenharia. Por isso adaptamos uma taxonomia criada pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, e usada por um conjunto de oito universidades britânicas que compartilham seus equipamentos”, disse Loh.

Quando o pesquisador acessa a página do equipamento, há um campo com o site em que pode ser feito o agendamento. Um exemplo é o endereço agendamentormn.iqm.unicamp.br/Web, que permite agendar tempo para uso do equipamento de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) instalado no Instituto de Química da Unicamp.

O professor Claudio Francisco Tormena, responsável pelo pedido, usa entre 5% e 10% do tempo do aparelho, concedido em 2017.

Nas demais horas, pesquisadores da Unicamp e de outras instituições usam o equipamento de RMN, que funciona até durante as madrugadas e fins de semana, com capacidade para analisar 16 amostras em sequência de forma automática. Isso faz com que ele tenha uma taxa de uso de 80% do tempo.

Uso racional

A ideia por trás do programa EMU era a criação de um verdadeiro parque de equipamentos multiusuários distribuído pelo Estado de São Paulo. Até 1999, a maioria desses aparelhos era obtida por meio de auxílios a pesquisa na modalidade auxílio à pesquisa Regular, de até três anos.

Em 2004, houve a primeira chamada específica para os EMU, que permitiu mapear as principais demandas da comunidade científica do Estado. Cinco anos depois, a segunda chamada teve como prioridade o financiamento de equipamentos em espaços operados por instituições que fossem disponibilizados para outros pesquisadores.

Desde 2014, os equipamentos devem ser solicitados separadamente por responsáveis por projetos de maior duração, Temático e Jovem Pesquisador, quando indispensáveis para desenvolver a pesquisa proposta nos projetos. Outra forma de obter equipamentos dessa natureza é solicitar a compra nas aplicações da Reserva Técnica Institucional.

Também a partir de 2014 as normas para concessão de apoio para a aquisição de equipamentos de médio e grande porte, no âmbito do EMU, passaram a exigir que o pesquisador contemplado compartilhe a máquina com outros pesquisadores, da academia ou da indústria. Além disso, a instituição em que se localiza o EMU deve responsabilizar-se pela manutenção do equipamento por sete anos, comprometer-se com a contratação de técnicos para sua operação e criar uma política de uso.

“O interesse da FAPESP é que esses equipamentos sejam usados por toda a comunidade científica. Quanto mais horas eles permanecerem em uso, os recursos investidos pela Fundação estarão sendo mais bem aproveitados. Além disso, o uso compartilhado permite a geração de recursos que financiam a manutenção do equipamento, a compra de reagentes e o pagamento dos técnicos que o operam”, disse Watson Loh, coordenador-adjunto de EMU da FAPESP.

Atualmente, os investimentos em EMU giram em torno de R$ 50 milhões por ano. Há cerca de 700 equipamentos concedidos na modalidade.

Os aparelhos disponíveis para compartilhamento são listados na nova página dos Equipamentos Multiusuários hospedada na Biblioteca Virtual da FAPESP: bv.fapesp.br/pt/equipamentos_multiusuarios. Sugestões relacionadas ao funcionamento da página podem ser encaminhadas para Luiz Nunes em lnunes@fapesp.br.

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.