Durante o XI Encontro do Instituto Adolfo Lutz, estarão disponíveis diversos Minicursos, Mesas-Redondas e Palestras culturais em Saúde Pública e assuntos relacionados. Saiba mais aqui
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A Biblioteca do Centro de Informação Cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SES/SP, é também um Centro Cooperante da BVS Rede de Informação e Conhecimento.
Seu acervo é especializado em cardiologia e áreas relacionadas, e desempenha um papel crucial no apoio á pesquisa, educação e prática clínica dos profissionais de saúde que atuam no Instituto. Oferece uma variedade de recursos incluindo livros, periódicos científicos, bases de dados e acesso à internet, visando facilitar o aprendizado contínuo e a atualização profissional.
O Centro de Informação Cardiovascular, por meio de sua Biblioteca, monitora e indexa a produção científica do Instituto, que inclui estudos clínicos, pesquisas epidemiológicas, desenvolvimento de novas técnicas de diagnóstico e terapêutica, além de publicações em revistas científicas relevantes.
Jussara Mangini | Agência FAPESP – O ano de 2023 foi de retomada das atividades de pesquisa em São Paulo, depois de três anos de queda no número de submissões de proposta em decorrência da pandemia de COVID-19. O número de novas Bolsas e de Auxílios contratados pela FAPESP em 2023 cresceu 18% em relação a 2022, de acordo com o Relatório Anual de Atividades 2023. Levando-se em conta todos os projetos vigentes no período (23.029), o desembolso da FAPESP, de R$ 1,36 bilhão, foi 15,5% superior ao ano anterior.
“O desempenho reflete a volta à normalidade de inúmeros laboratórios e programas de pós-graduação, mas também é uma resposta a ações adotadas pela FAPESP para incentivar a retomada da pesquisa em São Paulo”, diz Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
Uma dessas ações foi o aporte de R$ 450 milhões em 56 propostas para a aquisição de grandes equipamentos de pesquisa, selecionadas em três editais do Programa Especial de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa do Estado de São Paulo. Em 2023 também foi lançado um edital para a aquisição de equipamentos de pequeno e médio porte, no valor de R$ 200 milhões. “Com isso, a FAPESP promove a modernização e a ampliação da infraestrutura de pesquisa paulista, incentivando a retomada da pesquisa”, afirma Zago.
Apoio à pesquisa para inovação
A Fundação também adotou uma série de iniciativas de incentivo à pesquisa para a inovação. No âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), implementou o PIPE Start, que apoia empreendedores no processo de validação inicial de soluções tecnológicas inovadoras, e o PIPE-TC, de incentivo à realização de prova de conceito de pesquisas originadas em instituições de ensino superior ou de pesquisa.
Manteve, também, parcerias bem-sucedidas com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo (Sebrae-SP) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para apoio ao desenvolvimento comercial de novos produtos e tecnologias e lançou editais para o credenciamento de aceleradoras e de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) do tipo capital semente. Essas medidas tiveram reflexo nos resultados de 2023: o número de projetos PIPE e de bolsas a eles vinculadas cresceram 17%, e o desembolso, 52%.
Ainda na área da inovação, a FAPESP lançou uma chamada para a seleção de mais um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) a ser implantado com a Citrosuco. Em 2023, 18 CPEs estavam em operação constituídos pela FAPESP e empresas parceiras, como Shell, Embraer, Equinor, GSK, entre outras, com sede em instituições de pesquisa. No mesmo período, estavam em implantação três de dez Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs) em Inteligência Artificial selecionados em chamada lançada em 2021 em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério das Comunicações (MCom) e Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Os bons resultados do modelo de parceria implementado nos CPE/CPA foram comprovados em levantamento elaborado pelas Gerências de Planejamento, Estudos e Indicadores e de Pesquisa para a Inovação da FAPESP: a cada R$ 1 de recurso público desembolsado, foram aportados R$ 4,8 pelas empresas e instituições parceiras.
Pesquisa em cooperação com o setor público
O Relatório de Atividades 2023 mostra ainda o avanço de investimentos da FAPESP na implantação dos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs). Em 2023, os CCDs contaram com um aporte de recursos 279% superior a 2022. No período, já estavam implantados 28 CCDs selecionados em dois editais. Os centros reúnem, em colaboração, pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa, de órgãos públicos do Estado de São Paulo, entre outros, na busca de solução para desafios previamente definidos pelas secretarias estaduais. A FAPESP lançou, em 2023, o terceiro edital para a constituição de novos CCDs.
Noutra iniciativa colaborativa, envolvendo pesquisadores e gestores públicos, foram selecionadas 70 propostas em chamada do Programa Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP). Os projetos aprovados têm como propósito a realização de pesquisa em prol da formulação, revisão, aprimoramento, monitoramento ou implementação de políticas públicas.
O relatório destaca também os aportes da FAPESP na modalidade Auxílios à Pesquisa Ensino Público, que cresceram 369% em relação ao período anterior em função, principalmente, do PROEDUCA, programa implementado em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que, em 2023, lançou seu segundo edital. A iniciativa visa subsidiar o aprimoramento de políticas públicas e de abordagens pedagógicas para a melhoria do aprendizado e a redução das desigualdades educacionais.
Cooperação em pesquisa
Em 2023, a FAPESP anunciou ainda a seleção de cinco Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) nas áreas de ciências da saúde, biológicas, agronomia e veterinária, selecionados no primeiro de cinco editais que serão lançados até 2025. No mesmo período, foi lançado o terceiro edital, para a seleção de centros de pesquisa nas áreas de ciências exatas e da terra e engenharias.
A FAPESP continua a promover a pesquisa em colaboração, no país e no exterior. Em 2023, estavam ativos 197 acordos de cooperação em pesquisa: 79 com organizações acadêmicas, 108 com órgãos de fomento e dez com empresas e associações financiadoras de pesquisa.
Entre as parcerias nacionais, destaca-se a articulação entre 25 das 27 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) pela Iniciativa Amazônia +10. O edital Expedições Científicas, lançado em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disponibilizou R$ 59,2 milhões para financiar pesquisas direcionadas à expansão do conhecimento científico da sociobiodiversidade sobre áreas pouco conhecidas da maior floresta tropical do mundo.
Em outras duas parcerias, a FAPESP busca atrair jovens para a ciência. Em colaboração com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Fundação apoiou, em 2023, no âmbito do programa Aristides Pacheco Leão de Estímulo a Vocações Científicas, 48 bolsas para estudantes de graduação em instituições que abrigam projetos de pesquisa de membros titulares da ABC. Em parceria com a Fundação Roberto Marinho, lançou o edital Comunicar Ciência, por meio do qual concederá mais de 200 bolsas do Programa MídiaCiência para estudantes de graduação, em qualquer área do conhecimento, desenvolverem podcast, vídeos/reels para redes sociais, videorreportagem ou reportagem escrita sobre projetos científicos. O objetivo é estimular e qualificar estudantes de graduação para atuar na difusão da informação científica e tecnológica, além de fomentar o engajamento desses jovens com a pesquisa.
O Relatório Anual de Atividades 2023 está disponível em: fapesp.br/relatorio2023.
Em 16 de julho de 1969, durante a Reforma Administrativa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), nasceu o Instituto de Saúde. Hoje, celebramos com orgulho os 55 anos desta instituição, que tem sido um pilar fundamental no avanço da Saúde Coletiva.
A missão do Instituto de Saúde (IS) consiste em produzir conhecimento científico e tecnológico no campo da Saúde Coletiva e promover sua aplicação para o desenvolvimento de políticas públicas. Esse compromisso visa melhorar a qualidade de vida da população, prestando assessoria e colaborando na formação de recursos humanos, alinhando-se aos princípios do SUS: universalidade, integralidade, equidade e participação social.
Os centros e núcleos do IS desempenham um papel essencial na realização desta missão, cada um deles contribui de maneira única e significativa. Eles atuam como motores de transformação, assegurando que o Instituto de Saúde continue a ser referência em Saúde Coletiva e promova melhorias constantes na qualidade de vida da população.
A estrutura do Instituto de Saúde e suas pesquisas reafirmam sua capacidade de fornecer subsídios valiosos para as políticas públicas. Esse compromisso se reflete na análise das necessidades de saúde da população e seus determinantes, orientando ações que elevam a qualidade dos serviços e desenvolvem modelos de atenção à saúde integral e capacitação de recursos humanos.
Neste dia, são comemorados 55 anos de dedicação, compromisso e excelência!
Que os próximos anos sejam repletos de novas conquistas e avanços significativos para a Saúde Coletiva no estado de São Paulo e no país!
Juntos, continuaremos a transformar a saúde e a vida das pessoas.
Viva o Instituto de Saúde!
A Biblioteca do Instituto de Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, atua como centro cooperantes da BVS Rede de Informação e Conhecimento – BVS RIC, desde 2006.
Com um acervo especializado em Saúde Coletiva, faz o controle bibliográfico da produção científica do Instituto e mantém sua base de dados específica atualizada, além de realizar diversos serviços relevantes.
O Instituto de Saúde é responsável pela edição do Boletim do Instituto de Saúde – BIS, que integra o Portal de Revistas Científicas da SES/SP.
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Karina Toledo, de Shenzhen | Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto Butantan e colaboradores estão desenvolvendo uma versão mais potente da vacina BCG, que protege contra a tuberculose. Enquanto o imunizante convencional reduziu em 90% a infecção nos experimentos com camundongos, com a chamada BCG recombinante o índice de proteção subiu para 99%. Além disso, a nova formulação protegeu os animais por um período significativamente mais longo.
“A BCG é a primeira vacina que recebemos ao nascer e ela de fato é efetiva na proteção de crianças. Mas a imunidade contra a doença tende a cair na vida adulta e, como as bactérias estão se tornando resistentes aos antibióticos, ninguém está seguro. Tem sido feito um esforço mundial para tentar melhorar a prevenção da tuberculose pulmonar adulta. Hoje são registrados cerca de 10 milhões de novos casos e 1,5 milhão de mortes por ano no mundo”, diz à Agência FAPESP Luciana Cezar de Cerqueira Leite, pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Butantan apoiada pela FAPESP.
Para entender por que a BCG recombinante leva a uma resposta imune mais intensa e duradoura, o grupo do Butantan e colaboradores de diversos países têm adotado uma abordagem conhecida como biologia de sistemas – que resumidamente consiste em observar no modelo animal o comportamento de milhares de genes, em diferentes tecidos (principalmente pulmão e linfonodos), ao longo de toda a montagem da resposta imune. Tal empreitada envolve o sequenciamento de centenas de amostras, seguido por um intenso trabalho de bioinformática e mineração de dados.
O tema foi abordado por Cerqueira Leite no dia 29 de junho, durante palestra apresentada na FAPESP Week China. O painel, dedicado a temas de saúde e biomedicina, também contou com a participação de Zhang Zhiyong, da Universidade de Medicina de Guangzhou; Pedro Moraes-Vieira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Xin Jin, cientista-chefe de Pesquisa da empresa chinesa BGI; e Dan Zhang, cofundador da empresa Hillgene BioPharma, também da China. Os mediadores foram Xin Jin (BGI) e Simone Appenzeller (Unicamp).
“A gente sequenciou todo o RNA que foi expresso e está presente em amostras coletadas em vários momentos: antes de o animal ser imunizado, sete e 90 dias após a imunização – quando é feito o desafio [a bactéria é inoculada no nariz dos roedores] – e sete e 90 dias após o desafio”, conta Cerqueira Leite.
Foram comparadas amostras de três grupos de camundongos: um não imunizado, outro que recebeu a BCG convencional e um terceiro vacinado com a BCG recombinante. Em cada momento de análise, foram comparados quais genes estavam com a expressão aumentada ou diminuída nos diferentes grupos.
“Já com sete dias de imunização foi possível ver uma mudança bem grande no grupo que recebeu a versão recombinante: cerca de 200 genes já estão sendo ativados, enquanto no grupo da BCG convencional ainda não estava acontecendo quase nada. Depois de 90 dias, a resposta à BCG convencional já começa a cair, enquanto no grupo recombinante ela se mantém. Mas a grande novidade é que as duas vacinas atuam por caminhos metabólicos bem diferentes e nós conseguimos mapeá-los. Os dados serão publicados em breve”, revela a pesquisadora.
Luciana Cezar de Cerqueira Leite, do Instituto Butantan, durante palestra apresentada na FAPESP Week China (foto: Karina Toledo/Agência FAPESP)
Bactéria turbinada
Onipresente nas maternidades brasileiras, a vacina BCG foi criada há mais de cem anos a partir da atenuação da bactéria causadora da tuberculose bovina (Mycobacterium bovis), que é muito parecida com a da tuberculose humana (M. tuberculosis).
Já a versão recombinante “ganhou”, por engenharia genética, a capacidade de produzir um fragmento de uma toxina originalmente secretada pela Escherichia coli, espécie bacteriana comumente presente no intestino humano.
“Algumas bactérias E. coli produzem toxinas sensíveis ao calor, conhecidas pela sigla LT [do inglês heat-labile toxin], que são altamente imunogênicas, isto é, induzem uma forte resposta do sistema imune. Na vacina recombinante nós usamos um fragmento detoxificado LT [denominado LTAK63]. Ele não é capaz de causar doença, mas mantém a imunogenicidade, então funciona como um adjuvante da vacina BCG”, explica Cerqueira Leite.
Segundo a pesquisadora, os primeiros estudos usando a estratégia de BCG recombinante visavam o desenvolvimento de uma vacina neonatal contra a coqueluche. “Isso porque a BCG pode ser dada ao nascimento, enquanto o imunizante atualmente disponível contra a coqueluche [a vacina tríplice bacteriana, ou DTP] só oferece proteção a partir dos seis meses de idade. Nesse caso, usamos um fragmento da toxina produzida pela bactéria da coqueluche [Bordetella pertussis]”, relata.
Diante dos resultados promissores, a mesma plataforma vem sendo empregada na busca de novas e melhores vacinas contra coqueluche, tuberculose, pneumonia (causada por Streptococcus pneumoniae ou pneumococo) e esquistossomose, bem como no tratamento do câncer de bexiga (caso em que se usa a vacina para “acordar” o sistema imune, estimulando-o a atacar o tumor).
Nos experimentos feitos com o modelo animal de tuberculose, observou-se que a BCG recombinante reduz em cem vezes a quantidade de bactéria no pulmão e também diminui a inflamação no órgão. “Ao tentar matar a bactéria, as células de defesa acabam atacando tudo o que está por perto e causam lesão nos tecidos. Mas o pulmão dos animais imunizados com a BCG recombinante é branquinho, menos inflamado. Agora, ao detalhar o mecanismo de ação das duas vacinas, a gente entende por que isso acontece”, diz Cerqueira Leite.
Toda a parte de sequenciamento de RNA foi conduzida em Shenzhen, na China, pela empresa BGI, que presta serviços de genômica para laboratórios de todo o mundo. Colaboraram nos estudos pesquisadores do Shenzhen Institute of Advanced Technology, da Universidade de São Paulo (USP), Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia, das farmacêuticas Novartis e GSK, do Institut Pasteur e da Universidade Federal de Goiânia (UFG), entre outros parceiros.
Antes de iniciar os estudos clínicos, o grupo pretende fazer mais uma rodada de testes em bovinos. Segundo Cerqueira Leite, a expectativa é que produção dos lotes experimentais do imunizante ocorra em 2025 e que os ensaios comecem no ano seguinte. “Em humanos poderíamos iniciar em seguida, mas será mais caro e precisaremos conseguir o financiamento.”
Para saber mais sobre a FAPESP Week China acesse: fapesp.br/week/2024/china.
Elton Alisson e Claudia Izique | Agência FAPESP – A FAPESP anunciou a constituição de 21 novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) em parceria com universidades, instituições de pesquisas, secretarias de Estado e outros órgãos de governos. O investimento da Fundação será de aproximadamente R$ 130 milhões.
Assim como os demais 25 CCDs já em operação, os novos centros terão a missão de buscar soluções para desafios previamente definidos pelas secretarias estaduais nas áreas de saúde, energia, agricultura, manufatura avançada, cidades inteligentes, segurança pública e meio ambiente.
O Centro de Inteligência de Dados em Saúde Pública (CID-SP Emergências), por exemplo, buscará agilizar o atendimento da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (Cross) que recebe, diariamente, milhares de solicitações de consultas, exames e transferências de pacientes com casos mais graves para hospitais de alta complexidade. O processo de decisão de prioridade no atendimento hoje é realizado em várias etapas, envolvendo telefonemas, envio de e-mails e de relatórios.
O CID-SP terá sede no Hospital das Clínicas de São Paulo, tendo como parceira a Secretaria Estadual de Saúde. Pesquisadores e especialistas das duas instituições utilizarão ferramentas de inteligência artificial, para otimizar esse sistema de atendimento, de modo a gerar informações relevantes, prioritárias e preditivas, para auxiliar na tomada de decisão dos gestores.
“Nosso objetivo é desenvolver instrumentos de inteligência que permitirão regulamentar esta central de forma a identificar as prioridades de transferência e a atualizar os recursos, ou seja, escolher o hospital mais próximo que tem o recurso solicitado, além de priorizar por gravidade e, ao mesmo tempo, possibilitar a capacidade de predição. Pretendemos, com inteligência artificial, moldar o sistema de regulação de urgências e emergências do Estado de São Paulo”, diz à Agência FAPESP Ludhmila Abrahão Hajjar, professora titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e pesquisadora responsável pelo projeto, que será feito em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde.
Três dos novos centros selecionados nesse edital terão como instituição pública parceira a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, e serão voltados à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias assistivas e acessibilidade.
O Centro de Tecnologias Assistivas para as Atividades da Vida Diária, sediado na Escola Politécnica da USP, por exemplo, irá desenvolver, em parceria com pesquisadores das universidades de Campinas (Unicamp), Estadual Paulista (Unesp), Federal do ABC (UFABC) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), tecnologias avançadas, como exoesqueletos e cadeiras de rodas motorizadas. Já o Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade em Libras, em parceria com a Faculdade de Engenharia e Computação da Unicamp, utilizará inteligência artificial para a quebra de barreiras de comunicação. E o Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistida (CMDTA), em parceria com a Unesp, campus de Bauru, criará tecnologias para sistema braile e novas próteses e órteses.
“Sempre busquei parceria com as universidades para rever uma situação que acontece em todo o país: o difícil acesso à tecnologia assistida por conta de seu alto custo. A grande maioria vem da Europa e dos Estados Unidos, o que encarece muito o produto e dificulta o acesso. Pessoalmente, uso uma prótese americana, já que amputei uma perna abaixo do joelho em decorrência de um acidente. Há 10 anos, o custo foi de R$ 35 mil. Temos que desenvolver tecnologia brasileira para reduzir custo”, avalia Marcos da Costa, secretário estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo. “O meu objetivo é transformar São Paulo num hub de tecnologia assistida na América Latina. Temos capacidade para isso”.
O Centro de Ciência para o Desenvolvimento USP Cidades – Centro para o Desenvolvimento Sustentável das Cidades Paulistas, com sede na Poli-USP, realizará estudos relacionados ao desenvolvimento sustentável das cidades. Um dos temas que serão explorados pelos pesquisadores da instituição, em parceria com pesquisadores das faculdades de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, é o espraiamento urbano. Os estudos serão desenvolvidos em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo.
“As cidades crescem, expandindo sua área urbanizada e, do ponto de vista da sustentabilidade isso é ruim porque, em princípio, causa uma série de consequências negativas, como o aumento das distâncias entre os centros de emprego e os lugares onde as pessoas moram. Além disso, envolve questões ambientais, como a expansão das cidades em áreas que poderiam ser preservadas, e a ineficiência urbana, porque as cidades ficam mais espalhadas e não se cria uma boa dinâmica urbana”, afirma Miguel Luiz Bucalem, professor titular da Poli-USP e pesquisador responsável pelo projeto.
Os pesquisadores pretendem caracterizar o espraiamento nas cidades paulistas, melhorar o entendimento do fenômeno e desenvolver modelos matemáticos e computacionais para simular e propor cenários alternativos.
“Vamos projetar o que aconteceria em cenários futuros de espraiamento para cidades paulistas e elaborar modelos matemáticos para simular cenários alternativos, baseados em políticas públicas. Também vamos olhar junto com a Secretaria da Habitação a efetividade dos instrumentos de política urbana que são pensados para buscar uma cidade mais densa, mais compacta”, explica Bucalem.
Modelo de cofinanciamento
Já estão implantados 25 CCDs, selecionados nas duas primeiras chamadas da FAPESP, em 2019 e 2021. Todos operam em modelo de cofinanciamento: para cada R$ 1 solicitado à FAPESP, contrapartida idêntica é aportada pelas entidades parceiras. O financiamento é de longo prazo, por até cinco anos, e os projetos apresentados devem ter governança clara, mecanismos de revisão ao longo do prazo de execução e metas intermediárias. Os resultados devem promover o avanço no conhecimento e proporcionar a melhoria das políticas públicas.
O objetivo da FAPESP com o lançamento desse três editais é identificar, mensurar e detalhar grandes desafios públicos do Estado de São Paulo e, a partir deles, reunir e organizar diversos atores institucionais em busca de soluções adequadas para resolver ou diminuir esses gargalos.
Assim, o programa CCDs recebe propostas submetidas por consórcios formados por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa paulistas, gestores de órgãos do governo estadual e de municípios, além de empresas e organizações governamentais (ONGs).
Na primeira chamada foram selecionados 12 Centros, orientados para a solução de problemas nas áreas de saúde, segurança pública, alimentação e agricultura e desenvolvimento econômico, entre outras.
Na segunda chamada, foram aprovados 15 CCDs, com pesquisas nas áreas de desenvolvimento de biofármacos, inovação em políticas públicas urbanas, inovação tecnológica para emergências em saúde, soluções para resíduos, segurança hídrica, doenças humanas e animais, emissões de gases de efeito estufa e aprimoramento de vacinas, entre outros.
Em 2023, a FAPESP lançou terceira chamada em que foram selecionados os 21 novos CCDs listados abaixo.
Propostas selecionadas:
Centro de Ciências para o Desenvolvimento em Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro
Pesquisador responsável: Adriano Marim de Oliveira
Instituição-sede: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo
Centro de Tecnologias Assistivas para as Atividades da Vida Diária
Pesquisador responsável: Arturo Forner Cordero
Instituição-sede: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP)
Instituições públicas parceiras: Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo e Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo
Centro Paulista de Estudos em Biogás e Bioprodutos – CP2B
Pesquisadora responsável: Bruna de Souza Moraes
Instituição-sede: Núcleo Interdisciplinar Planejamento Energético/Unicamp
Instituições públicas parceiras: Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas
Centro de Ciência de Dados para Estatísticas Públicas – CCDEP
Pesquisador responsável: Carlos Eduardo Torres Freire
Instituições-sede: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e Secretaria da Fazenda e Planejamento
Instituição parceira: Secretaria da Fazenda e Planejamento
Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistida (CMDTA)
Pesquisador responsável: Carlos Roberto Grandini
Instituição-sede: Faculdade de Ciências de Bauru / Unesp
Instituições públicas parceiras: Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e Secretaria Municipal de Educação de Rio Claro
Centro Avançado de Pesquisa Smart B100 (CCD-SB100)
Pesquisador responsável: Dirceu de Mattos Junior
Instituição-sede: Instituto Agronômico de Campinas / SAASP
Instituição pública parceira: Instituto Agronômico de Campinas
Centro de Produção e Imunobiológicos – Vacina da Raiva (CePI – Raiva)
Pesquisador responsável: Esper Georges Kallás
Instituição-sede: Instituto Butantan / SSSP
Instituição pública parceira: Fundação Butantan
Centro Paulista de Inovação em Serviços de Iluminação Pública – CePISIP
Pesquisador responsável: Gilberto de Martino Jannuzzi
Instituição-sede: Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético / Unicamp
Instituições públicas parceiras: Prefeitura Municipal de Conchal, Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo e Ministério de Minas e Energia
Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva para a Educação Bilingue de Surdos – CCD – TAEBS
Pesquisadora responsável: Ivani Rodrigues Silva
Instituição-sede: Faculdades de Ciências Médicas / Unicamp
Instituição pública parceira: Secretaria Municipal de Educação de Campinas
Centro de Ciência para o Desenvolvimento de Habitação de Interesse Social do Estado de São Paulo – CCD HIS SP
Pesquisador responsável: José Arnaldo Frutuoso Roveda
Instituição-sede: Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba / Unesp
Instituições públicas parceiras: Agência Metropolitana de Sorocaba, Agência Metropolitana de Campinas e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo
Centro de Ciência para o Desenvolvimento – Tecnologia Assistiva e Acessibilidade em Libras
Pesquisador responsável: José Maria De Martino
Instituição-sede: Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação / Unicamp
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo
Centro de Ciência para o Desenvolvimento – Carbono Neutro
Pesquisadora responsável: Liedi Légi Bariani Bernucci
Instituição-sede: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) / SDE
Instituições públicas parceiras: Prefeitura Municipal de São José dos Campos, Secretaria de Meio Ambiente de Santos, Agência de Desenvolvimento e Inovação de Sorocaba – Inova Sorocaba, Ministério das Cidades, Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e Secretaria Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação de São Paulo
Centro Multidisciplinar de Estratégia, Pesquisa e Inovação da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo – CeMEPI-PGE
Pesquisadora responsável: Luciana Romano Morilas
Instituição-sede: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto – USP
Instituição pública parceira: Procuradoria Geral do Estado de São Paulo
Projeto CID-SP EMERGÊNCIAS: Centro de Inteligência de Dados em Saúde Pública
Pesquisadora responsável: Ludhmila Abrahão Hajjar
Instituição-sede: Hospital das Clínicas de São Paulo
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
Centro de Ciência para o Desenvolvimento da Educação Básica: Aprendizagem e Convivência Escolar
Pesquisadora responsável: Marilene Proença Rebello de Souza
Instituição-sede: Instituto de Psicologia – USP
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual da Educação de São Paulo
Acomodação Sustentável do Crescimento Urbano das Cidades Paulistas
Pesquisador responsável: Miguel Luiz Bucalem
Instituição-sede: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP)
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo
Centro de Ciência e Desenvolvimento: Procuradoria, Inovação e Tecnologia – São Paulo (PROINTE-SP)
Pesquisador responsável: Paulo Furquim de Azevedo
Instituição-sede: Insper Instituto de Pesquisas / Insper
Instituição pública parceira: Procuradoria Geral do Estado de São Paulo
Grupo para Desenvolvimento Avançado – Vacina de Zika (GDA-Zika)
Pesquisador responsável: Renato Mancini Astray
Instituição-sede: Instituto Butantan/SSSP
Instituição pública parceira: Fundação Butantan
Centro de Estudos em Implementação de Políticas Educacionais
Pesquisador responsável: Ricardo Corrêa Gomes
Instituição-sede: Escola de Administração de Empresas de São Paulo / FGV-SP
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual da Educação de São Paulo
Observatório Regional de Saúde em doenças de evolução avançada e cuidados paliativos
Pesquisador responsável: Ricardo Tavares de Carvalho
Instituição-sede: Hospital das Clínicas de São Paulo
Instituição pública parceira: Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
Centro de Pesquisa de lignina grafitizada para transformação de solos agrícolas e ambientais – C-Liga
Pesquisador responsável: Stanislav Moshkalev
Instituição-sede: Centro de Componentes e Semicondutores / UNICAMP
Instituições públicas parceiras: Instituto de Pesquisas Ambientais e Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo
A teve sua interface de busca atualizada pela Bireme/OPAS/OMS.
A Bireme/OPAS/OMS atualizou o sistema de pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde de todos os portais. Dessa forma, a BVS Rede de Informação e Conhecimento da SES/SP, tem agora uma apresentação mais “clean” e moderna, com maior facilidade de pesquisa nas bases de dados da SES/SP, que conta atualmente com cerca de 24.250 registros indexados.