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MBA Gestão da Inovação em Saúde do Instituto Butantan está com inscrições abertas

O MBA Gestão da Inovação em Saúde tem duração de 18 meses. O curso é formado por 3 ciclos, com objetivos específicos e conteúdos independentes, que se complementam promovendo a formação do Gestor de Inovação.

Ciclo 1 – Inovação, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Ciclo 2 – Pesquisa, Desenvolvimento e Produção em Saúde

Ciclo 3 – Parcerias, Negócios, Financiamento e Gestão de Projetos Inovadores

As inscrições para o MBA Gestão da Inovação em Saúde no Instituto Butantan estão abertas até 22/07/2019.

Para inscrever-se, clique aqui.

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Instituto de Saúde da SES/SP celebra 50 anos

Em evento realizado em sua sede no dia 16/07/2019, foi celebrado o aniversário de 50 anos do Instituto de Saúde.
Estiveram presente autoridades, antigos dirigentes, convidados externos e de vários setores da SES/SP.
Dr. Sergio Muller, coordenador da CCTIES participou de uma das mesas, reforçando a importância do Instituto de Saúde.

 

 

Durante a comemoração foi lançado o BIS – Boletim do Instituto de Saúde v.20 n.1 de julho de 2019 com o tema “Mestrado profissional em saúde coletiva: traduzindo conhecimento para o SUS”.

O evento foi gravado e transmitido online. Para assistir, clique aqui.

Acesso aberto sem custo adicional

Karina Toledo  |  Agência FAPESP – Formalizada por portaria do CTA da FAPESP no início de 2019, a política da FAPESP para acesso aberto a publicações científicas determina que artigos resultantes de projetos e bolsas financiados pela Fundação tenham seu conteúdo divulgado em acesso aberto por meio do arquivamento de uma cópia do trabalho em um repositório público, ficando disponível para consulta via web por qualquer pessoa e sem custo.

A política implementada pela FAPESP não obriga, incentiva ou recomenda a publicação em revistas de acesso aberto, especialmente naquelas que cobram APCs (Article Processing Charges).

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, tem enfatizado, em palestras que apresenta sobre o tema em universidades paulistas, que “a portaria não interfere de maneira alguma na liberdade de os pesquisadores escolherem o periódico mais adequado para a divulgação de seus resultados”.

De acordo com Luiz Nunes de Oliveira, coordenador adjunto da diretoria científica da FAPESP para Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa, “o que a política propõe é que, seguindo as regras estipuladas por cada periódico – escolhido de forma autônoma pelos autores do trabalho –, seja garantido o mais amplo acesso possível aos resultados das pesquisas apoiadas pela FAPESP, portanto, aumentando sua visibilidade e seu potencial de impacto. O acesso aberto torna os resultados acessíveis não só a cientistas, mas a estudantes, praticantes profissionais e outros interessados”.

Os elementos-chave para o acesso aberto são os repositórios de artigos científicos, que as melhores universidades do mundo têm criado de forma acelerada. Praticamente todas as revistas científicas permitem que uma cópia de uma de três versões do artigo (pré-print, pós-print ou pdf do artigo publicado) seja arquivada, logo após a publicação, em um repositório institucional de acesso público.

A versão pré-print é a versão originalmente submetida para publicação, a versão pós-print é aquela com as revisões que os autores fizeram e que foi aceita para publicação e o pdf do artigo é o pdf editado e formatado pela revista.

Após decisão do Conselho Superior da FAPESP, de 2008, de instituir uma política para acesso aberto, foram criados repositórios institucionais como o do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), o da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Por meio dos repositórios as instituições aumentam sua visibilidade institucional e promovem a utilização dos resultados de seus projetos de pesquisa.

Algumas editoras e sociedades científicas, porém, impõem limitações para a divulgação de cópias da versão final dos trabalhos, entre elas um período de embargo que pode ser de seis meses a um ano. Outras são mais liberais e permitem até mesmo que o arquivo pdf publicado pela revista seja disponibilizado pelos repositórios institucionais, como é o caso da American Physical Society.

“Há revistas que permitem apenas a divulgação do pré-print imediatamente após a publicação e, após um período, liberam o pós-print. Outras permitem o oferecimento da versão pós-print; e algumas a versão do pdf publicado pela revista. Tem de avaliar caso a caso e divulgar no limite do possível”, disse Oliveira.

Ele destacou também que cabe à biblioteca da instituição à qual o pesquisador está vinculado apoiar e orientar os pesquisadores, zelar pelo cumprimento das regras e dos prazos estipulados pelos periódicos e realizar as operações necessárias para a disponibilização.

Incentivo das bibliotecas

Brito Cruz enfatiza que a política da FAPESP define que cabe às instituições organizar a forma de atender à política da FAPESP sem onerar o tempo dos pesquisadores. Espera-se também das bibliotecas que sejam incentivadoras da iniciativa, oferecendo treinamento e informações atualizadas.

“Recomendamos que as bibliotecas universitárias instruam os autores a informá-las por meio digital sempre que um trabalho for submetido, enviando já a cópia do pré-print ou do pós-print e as informações bibliográficas. Cabe à biblioteca fazer o seguimento do processo, incluir no repositório a versão permitida pelos editores e, ao final, avisar o pesquisador quando isso ocorrer, enviando a ele o link do repositório”, disse.

Para facilitar a identificação das normas de cada revista foi organizado o site Sherpa/Romeo que apresenta, de forma atualizada, as normas adotadas pelas editoras ou sociedades científicas em relação ao acesso aberto de artigos. O site cobre as normas de milhares de revistas e centenas de editoras.

Caso o trabalho seja publicado por alguma das 293 revistas da biblioteca virtual SciELO (Scientific Electronic Library Online), programa apoiado pela FAPESP, não há necessidade de depositar cópia em repositórios, pois esses periódicos garantem a divulgação instantânea do conteúdo na web. Mas pode ser útil para a universidade ter toda a sua produção científica disponível em seu próprio repositório.

Segundo o diretor científico da FAPESP, além de garantir acesso amplo aos resultados de pesquisas financiadas com dinheiro público, a portaria traz outras vantagens. “Essa política tem ajudado a redefinir o papel das bibliotecas, que estão se convertendo em organizações que, além de manterem o estoque do conhecimento, tornam-se essenciais na difusão do conhecimento gerado pelas universidades. Alguns desses repositórios estão ficando muito bons, dando mais visibilidade para a pesquisa da instituição, o que significa mais citações e impacto e facilita colaborações, contribuindo para a ciência avançar mais rapidamente”, disse Brito Cruz.

Política para Acesso Aberto às Publicações Resultantes de Auxílios e Bolsas da FAPESP: www.fapesp.br/12592.

 

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, fala para a Unesp Notícias sobre a política da FAPESP para acesso aberto a publicações científicas. 

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

BVS Rede de Informação e Conhecimento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lança nova interface de acesso, novos produtos e novos portais

Em 03/07/2019 foram lançados os novos produtos da BVS Rede de Informação e Conhecimento – BVS RIC, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP. Na mesa de abertura estiveram presentes Dr. Sergio Muller, Coordenador da Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Saúde – CCTIES, o Dr. Diego Gonzales, diretor da Bireme/OPAS/OMS e Lilian Schiavon, uma das coordenadoras da BVS RIC.

Participaram do evento pesquisadores, coordenadores de NITs e de NATS, bibliotecários, funcionários e convidados das Universidades, empresas da área de saúde, Secretaria Municipal de Saúde e outros. O evento foi transmitido pelo Youtube.

As principais novidades são a Nova interface de acesso à BVS RIC, com uma arquitetura de informação mais moderna e mais “clean”; o Subportal específico para os Núcleos de Inovação Tecnológica – NITs; o Subportal específico para os Núcleos de Avaliação de Tecnologias de Saúde – NATS; a nova plataforma para a base de dados de Legislação em Saúde e a Plataforma específica com indicadores infométricos que evidencia a produção técnico-científica, dos pesquisadores da SES/SP.

Em sua fala, Dr. Diego destaca que “a BVS RIC é pioneira na experiência de desenvolver indicadores infométricos e painéis online para visualização e análise desses indicadores, ferramenta importante, para a tomada de decisão em saúde”.

Outros recursos integram a nova interface da BVS RIC, que passa a disponibilizar também um link de FAQ (frequently asked questions), dicas na caixa de busca visando orientar usuários em estratégias de pesquisa, carrossel de notícias, páginas de apresentação e informações das instituições cooperantes da BVS RIC, tradução do site para os idiomas espanhol, inglês de francês, além da possibilidade de compartilhamento em redes sociais.

Para acessar o vídeo com a gravação do evento, clique aqui

Para acessar o folder de divulgação da BVS RIC, clique aqui

As fotos do evento serão disponibilizadas em breve.

Composto de planta brasileira combate leishmaniose e doença de Chagas

Elton Alisson  |  Agência FAPESP – Um composto natural isolado de uma planta originária da Mata Atlântica, popularmente conhecida como canela-seca ou canela-branca (Nectranda leucantha), pode resultar em novos medicamentos para o tratamento da leishmaniose visceral e da doença de Chagas.

Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz constataram em um estudo apoiado pela FAPESP que substâncias derivadas de uma molécula da planta, pertencente ao grupo das neolignanas, são capazes de combater os parasitas transmissores dessas doenças que afetam milhões de pessoas no Brasil e em outros países em desenvolvimento.

Os resultados do trabalho foram publicados na revista Scientific Reports e no European Journal of Medicinal Chemistry.

“Observamos que os compostos foram altamente potentes contra a Leishmania infantum, causadora da leishmaniose visceral, e o Trypanosoma cruzi, transmissor da doença de Chagas”, disse André Gustavo Tempone, pesquisador do Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz e coordenador do estudo, à Agência FAPESP.

Os pesquisadores da instituição têm se dedicado nos últimos anos a identificar compostos provenientes da biodiversidade da Mata Atlântica que possam resultar no desenvolvimento de novos fármacos para combater doenças negligenciadas – causadas por agentes infecciosos ou parasitas e que afetam principalmente as populações mais pobres.

Durante um projeto em colaboração com João Henrique Ghilardi Lago, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), foi possível isolar a neolignana.

Já por meio de um projeto em colaboração com colegas da Ohio State University, também apoiado pela FAPESP, foi possível avaliar e comprovar o efeito do composto sobre células do sistema imunológico.

Agora, em um projeto em colaboração com Edward Alexander Anderson, professor da Universidade de Oxford, da Inglaterra, também apoiado pela FAPESP na modalidade São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT), foram sintetizados 23 novos compostos derivados da molécula.

“Uma das limitações no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de doenças negligenciadas é encontrar parceiros para fazer a síntese dos compostos promissores. A colaboração com o grupo da Universidade de Oxford possibilitou darmos esse passo”, disse Tempone.

Os pesquisadores avaliaram os efeitos dos compostos derivados da molécula em células de Leishmania infantum. Os resultados das análises indicaram que quatro deles se mostraram capazes de atingir a mitocôndria do parasita, que é um potencial alvo molecular de um fármaco para combatê-lo.

Diferentemente de humanos, que podem ter até 2 mil mitocôndrias, a Leishmania infantum possui apenas uma, explicou Tempone. “Constatamos que os compostos tiveram uma forte atuação na mitocôndria desse parasita”, afirmou.

Os compostos provocam um aumento abrupto do nível de cálcio no interior das células da Leishmania infantum. Essa alteração causa uma perturbação na mitocôndria do parasita, provocando sua morte.

“Nossa hipótese é que os compostos interferem drasticamente na liberação do cálcio no interior das células e, dessa forma, prejudicam a principal fonte de armazenamento de energia do parasita, que é a ATP [adenosina trifosfato], produzida pela mitocôndria”, disse Tempone.

Os compostos também interferiram no ciclo celular da leishmania, induzindo um mecanismo semelhante à morte celular programada e afetando a replicação do DNA. Efeitos similares também foram observados em ensaios com Trypanosoma cruzi.

“Também verificamos que a mitocôndria do Trypanosoma cruzi sofre uma alteração logo no início da incubação dos compostos pelo parasita”, disse Tempone.

Os pesquisadores pretendem, agora, otimizar os compostos, de modo a assegurar sua biodisponibilidade adequada no organismo. Essa etapa de avaliação da eficácia e segurança das moléculas é crucial para avançar para os estudos com animais, uma vez que mais de 90% dos compostos candidatos a fármacos testados in vitro (em células) falham nessa fase, explicou Tempone.

“Estamos otimizando os compostos por meio da química medicinal para que possamos aumentar a taxa de sucesso nos estudos em modelo animal. Mas os compostos que obtivemos já são protótipos bastante promissores para combater a leishmaniose e atendem às recomendações da DNDi [organização sem fins lucrativos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas]”, disse Tempone.

Uma das recomendações da iniciativa internacional é que os compostos promissores para o tratamento de doenças negligenciadas sejam fáceis de serem sintetizados. “A síntese dos compostos que estamos estudando é simples, feita em cinco etapas, e são baratos”, disse Tempone.

O artigo A semi-synthetic neolignan derivative from dihydrodieugenol B selectively affects the bioenergetic system of Leishmania infantum and inhibits cell division (doi: 10.1038/s41598-019-42273-z), de Maiara Amaral, Fernanda S. de Sousa, Thais A. Costa Silva, Andrés Jimenez G. Junior, Noemi N. Taniwaki, Deidre M. Johns, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido na Scientific Reports em www.nature.com/articles/s41598-019-42273-z.

O artigo Dehydrodieugenol B derivatives as antiparasitic agents: Synthesis and biological activity against Trypanosoma cruzi (doi: 10.1016/j.ejmech.2019.05.001), de Daiane D. Ferreira, Fernanda S. Sousa, Thais A. Costa-Silva, Juliana Q. Reimão, Ana C. Torrecilhas, Deidre M. Johns, Claire E. Sear, Kathia M. Honorio, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido por assinantes do European Journal of Medicinal Chemistry em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0223523419304040.

 

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.