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CNPq/MCTIC e MS lançam edital de R$ 50 milhões para combate ao novo coronavírus

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), lançou nesta segunda-feira (6) o edital de R$ 50 milhões para apoio a pesquisas para enfrentamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A iniciativa é feita em parceria com o Ministério da Saúde (MS).

São sete as linhas de pesquisa apoiadas: tratamentos; vacinas; diagnóstico; patogênese e história natural da doença; carga da doença; atenção à saúde; prevenção e controle. Devido à situação de emergência, a submissão de propostas terá um prazo mais curto e pode ser feita até 27 de abril por meio da Plataforma Carlos Chagas. O resultado final será anunciado em 15 de junho.

Dos R$ 50 milhões, R$ 30 milhões são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT/MCTIC) e R$ 20 milhões do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (Decit/SCTIE).

Saiba mais na página da chamada no site do CNPq, clique aqui

 

Inteligência artificial rastreia notícias sobre COVID-19

José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP – Uma ferramenta desenvolvida para mineração de dados e textos, chamada Websensors, está sendo utilizada na análise da evolução da pandemia de COVID-19. Capaz de extrair dados de textos de notícias, obtendo informações sobre “o que aconteceu”, “quando aconteceu” e “onde aconteceu, a Websensors possibilita ajustar, dia a dia, os modelos de propagação da doença.

A ferramenta foi desenvolvida no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos, pelos pesquisadores Solange Rezende, Ricardo Marcacini e Rafael Rossi, e teve também a participação de Roberta Sinoara. Recebeu apoios da FAPESP por meio do projeto “Aprendizado de máquina para WebSensors: algoritmos e aplicações”, e de bolsas concedidas a Marcacini, Rossi e Sinoara  – todos eles orientados na ocasião por Rezende.

A instância da ferramenta Websensors dedicada à epidemia de COVID-19 está disponível em http://websensors.net.br/projects/covid19/, com a interface web desenvolvida por Luan Martins, mestrando no ICMC-USP.

“Nós usamos mineração de dados em textos de notícias como forma de identificar eventos que estão ocorrendo em cada país e, assim, ajustar a projeção com as características do Brasil”, diz Rezende à Agência FAPESP.

Segundo a pesquisadora, a principal questão investigada na pesquisa da Websensors é a possibilidade de extrair informações complementares sobre um problema a partir de notícias e, com base nelas, ajustar os modelos preditivos já existentes.

“A ferramenta utiliza uma metodologia de mineração de eventos estruturada em cinco etapas: identificação do problema; pré-processamento; extração de padrões; pós-processamento; e uso do conhecimento”, conta Ricardo Marcacini.

A primeira etapa, a da identificação do problema, consiste em definir o escopo da aplicação e as fontes de dados. “Os dados diários de propagação internacional da COVID-19 são coletados no Data Repository by Johns Hopkins CSSE. E as notícias, publicadas em mais de 100 idiomas, são obtidas por meio do GDELT Project. Essa grande plataforma, altamente seletiva, nos protege contra fake news”, diz Rezende.

Na segunda etapa, a do pré-processamento, são utilizados algoritmos que transformam as notícias em eventos. “Queremos apenas notícias em que possamos identificar o que aconteceu, quando aconteceu e onde aconteceu (georreferenciado). Quando pelo menos essas três informações podem ser extraídas da notícia, então temos um evento, que um programa de computador possa analisar”, explica Marcacini.

Na terceira etapa, a da extração de padrões, é empregada uma rede neural que recebe, como entrada, as curvas de contágio de alguns países. E as enriquece, adicionando os eventos pré-processados na etapa anterior. “Como saída, nós configuramos a rede neural para que ela retorne à curva de contágio, considerando as características do Brasil”, relata Marcacini.

No pós-processamento, que configura a quarta etapa, os responsáveis pela ferramenta fazem uma avaliação do modelo utilizado. “Diferentes técnicas de avaliação podem ser empregadas”, diz Rezende. “Uma delas é usar o modelo para prever alguns dos dados que já conhecemos e, assim, quantificar a margem de acertos.”

A quinta e última etapa, finalmente, diz respeito ao uso do conhecimento. Isso significa disponibilizá-lo para ser explorado por usuários ou mesmo por outros sistemas. No caso, todo o conhecimento obtido acerca da pandemia pode ser acessado abertamente no endereço http://websensors.net.br/projects/covid19/.

Rezende afirma que a plataforma Websensors tem publicado diariamente as previsões dos próximos sete dias da curva de contágio do Brasil, usando o modelo ajustado com os eventos. As informações encontram-se disponíveis para qualquer interessado. Mas alerta para o fato de que a ferramenta ainda está recebendo ajustes. “É importante ressaltar que a Websensors não foi construída para essa finalidade. No entanto, acreditamos que, nesse período difícil, podemos utilizar o que temos à disposição para colaborar”, afirma.

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Produção científica e demais informações da SES/SP sobre Coronavírus (Covid-19), integram Vitrine do Conhecimento

Após participação da coordenação da BVS Rede de Informação e Conhecimento – BVS RIC da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP, no encontro virtual sobre o tema “Engajamento na Rede de Referencistas, cooperação técnica com a rede BVS e estratégia de busca para COVID-19″, organizado por equipe da Biremeo link do “Especial Covid-19” passa a integrar a aba Brasil, na Vitrine do Conhecimento disponibilizada pela Bireme/OPAS/OMS e ficará disponível nos três idiomas da vitrine (espanhol, francês e inglês).

O conteúdo deste link foi elaborado por equipe da BVS RIC, visando a divulgação em tempo real (conforme sua indexação) da produção científica, legislação, vídeos e outros documentos sobre o coronavírus (Covid-19) gerados no âmbito da SES/SP, além de disponibilizar outras fontes de informação em saúde relevantes e específicas sobre o tema.

A BIREME  coordena uma Rede de Referencistas que apoia a construção de filtros temáticos para Instâncias BVS, datas comemorativas ou campanhas de promoção da saúde, estudos com análises da produção científica, entre outras aplicações, constituindo o Repositório de Estratégias de Busca na BVS.

Neste momento, esta Rede está atuando com prioridade na elaboração de estratégias de busca que visam facilitar o acesso à informação específica sobre o Coronavírus (Covid-19).

Dessa morma, destacamos aqui a estratégia disponível no momento para auxiliar na recuperação de informações sobre o tema. Para acessar, clique aqui.

 

FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus

Agência FAPESP – A FAPESP está lançando duas chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2), e estimular micro e pequenas empresas a desenvolver projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas ao diagnóstico e tratamento dos doentes.

“O combate a epidemias e doenças em geral é sempre um processo complexo, que exige ações técnicas, pessoal treinado e decisões políticas fundamentadas na ciência. Os dois editais emergenciais da FAPESP se destinam a financiar o desenvolvimento de boas ideias para o combate à epidemia, tanto no que diz respeito ao conhecimento científico relativo ao agente, seus efeitos no organismo e tratamentos, como em seus aspectos tecnológicos, em especial à criação de produtos e serviços que melhorem a nossa capacidade de reação”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Na primeira chamada, a FAPESP disponibilizará R$ 10 milhões suplementares para redirecionar projetos de pesquisa já em andamento – nas modalidades Temático, Jovens Pesquisadores, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) – para a compreensão, redução de risco, gestão e prevenção da COVID-19 e do coronavírus.

A expectativa é mobilizar pesquisadores do Estado de São Paulo a trabalhar no desenvolvimento de testes diagnósticos, terapias e procedimentos terapêuticos, no estudo de aspectos críticos da infecção viral, na pesquisa em procedimentos clínicos, na identificação e avaliação das respostas imunes, nas investigações epidemiológicas e na pesquisa sobre a contenção e minimização de comportamentos contraproducentes para a epidemia, entre outros desafios que cercam a COVID-19.

Os projetos de pesquisa devem ter duração de 24 meses e o valor máximo de cada proposta será de R$ 200 mil. O prazo para submissão de projetos vai até 22 de junho de 2020.

Na segunda chamada, a FAPESP oferece uma linha especial de financiamento, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE-Fase 3), em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), no valor de R$ 20 milhões, para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença, a exemplo de kits diagnósticos, ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, soluções de tecnologias digitais e inteligência artificial para os serviços de saúde ou atendimento aos pacientes.

No PIPE-Fase 3, resultado de um acordo entre a FAPESP e a Finep, as empresas devem realizar, em até 24 meses, o desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos. Nesta chamada, cada projeto aprovado contará com até R$ 1,5 milhão. O prazo para submissão de propostas é 6 de abril de 2020, podendo ser republicado por mais 15 dias, caso a demanda das propostas submetidas seja inferior aos recursos disponíveis.

“Serão selecionados projetos apresentados por startups e empresas com até 250 empregados, para desenvolvimento de processos e serviços inovadores, de forma que os produtos resultantes possam ser colocados no mercado em uma situação emergencial como esta. Refiro-me ao desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares portáteis, soluções digitais para controle da disseminação do vírus, entre outros”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP.

A expectativa é que a comunidade de pesquisa e as empresas de base tecnológica do Estado de São Paulo ofereçam soluções que contribuam para o combate à COVID-19, com a mesma disposição e competência com que enfrentaram outras infecções emergentes, como a dengue, febre amarela, zika e chikungunya.

Chamada de propostas de pesquisa – Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19: Temáticos, Jovens Pesquisadores, CEPIDs e CPEs.

Edital de Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologias para Produtos, Serviços e Processos para o Combate à Doença por Corona Virus 2019: PAPPE-PIPE.