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Financiadores de pesquisa em saúde definem diretrizes para o enfrentamento de novas pandemias

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (Glopid-R) reúne instituições financiadoras que investem em pesquisas relacionadas com doenças infecciosas novas ou reemergentes, tendo por objetivo preparar as sociedades e acelerar a resposta a surtos com potencial pandêmico. Os membros são agências nacionais de financiamento à ciência, institutos de pesquisa acadêmica e organizações filantrópicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma das entidades globais que participam como observadora. No Brasil, integram a Glopid-R o Instituto Butantan, em São Paulo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e a FAPESP, que sediou, nos dias 24 e 25 de outubro, a nona edição da assembleia geral da Glopid-R.

A abertura do evento teve a participação de Charu Kaushic, diretora científica do Instituto de Infecção e Imunidade dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde (CIHR) e presidente da Glopid-R; de Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan; de Marco Aurélio Krieger, vice-presidente da Fiocruz; e de Niels Olsen Saraiva Câmara, assessor científico da FAPESP, representando o diretor científico Marcio de Castro.

Kaushic lembrou que, em 2020, mais de US$ 5 bilhões foram investidos no financiamento de pesquisas voltadas ao combate da pandemia de COVID-19. No total, foram mais de 15 mil auxílios. Mas esse enorme aporte de recursos ficou quase todo no chamado Norte Global, beneficiando primariamente os países mais desenvolvidos. Em 2021, já no segundo ano da crise sanitária, houve uma inflexão, agregando o Sul Global. “Foi nesse contexto que surgiu nosso primeiro hub regional, visando melhorar a eficácia das respostas nos países de baixa e média rendas da Ásia e do Pacífico”, afirmou.

A Glopid-R dispõe atualmente de duas articulações regionais: uma na Ásia e outra na África. Esses hubs atendem à necessidade de conectar as agências de fomento com instituições governamentais e da sociedade, visando a prontidão e a eficácia da resposta diante de novos surtos com potencial epidêmico ou pandêmico. Um dos grandes saldos da nona assembleia geral foi a forte recomendação para a constituição de um hub latino-americano. “Mais do que isso: iniciamos a discussão para constituirmos esse hub em parceria com o Instituto Adolfo Lutz. A ideia é aglutinar outras organizações regionais e nacionais”, disse Reinaldo Salomão, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e um dos principais organizadores do evento, no qual representou a FAPESP.

Pela primeira vez, uma assembleia geral da Glopid-R incluiu sessões abertas ao público, possibilitando o intercâmbio dos integrantes da colaboração com dirigentes de instituições regionais, pesquisadores e estudantes de pós-graduação.

A primeira sessão aberta tratou do tema “Beyond COVID: How to address future endemic and emerging infectious disease outbreaks?” (Para além da COVID: Como abordar futuros surtos de doenças infecciosas endêmicas e emergentes?) e foi conduzida por Kaushic e Mariângela Simão, ex-diretora-geral adjunta da OMS para Acesso a Medicamentos e Produtos Farmacêuticos e diretora-presidente do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). E teve a participação de Patricia Garcia, da Universidad Peruana Cayetano Heredia; de Michael Makanga, da The European and Developing Countries Clinical Trials Partnership; de Ester Sabino, da Universidade de São Paulo (USP); Ana Maria Henao-Restrepo, da Organização Mundial da Saúde; Esper Kallás, do Instituto Butantan; e Manoel Barral Netto, da Fiocruz/Bahia.

Garcia enfatizou que, durante a pandemia de COVID-19, apenas 5,5% dos fundos de pesquisa foram direcionados para os países de baixa ou média rendas. “Isso ocorreu não apenas na África e parte da Ásia, mas também na América Latina, com exceção do Brasil”, disse. E apontou a necessidade de “pesquisas de impacto específicas que informem a política local, a estratégia e o acesso à inovação em futuras pandemias”.

Destacando a alta vulnerabilidade dos países africanos, Makanga afirmou que a Assembleia Mundial da Saúde (AMS), órgão decisório da Organização Mundial da Saúde (OMS), deveria adotar uma “estratégia global de dez anos para reforçar a capacidade de pesquisa e desenvolvimento e a capacidade de produção, também de vacinas, em todas as regiões do globo, inclusive as de baixa renda”.

Com foco na preparação para novos surtos prestes a acontecer, Sabino mencionou iniciativas positivas, como a Rede Colaborativa de Sequenciamento Genético no Brasil (Rede SEQV Br), afirmando que existe já uma capacidade de pesquisa instalada na maioria dos Estados brasileiros. E ressaltou que “o sequenciamento do genoma em tempo real deve ser integrado a dados epidemiológicos, clínicos e sorológicos para uma compreensão abrangente dos patógenos virais”.

Henao-Restrepo, que participou do evento por videoconferência, falou sobre construir resiliência contra surtos e pandemias. Descreveu as atividades principais do plano de pesquisa e desenvolvimento da OMS. E abordou as negociações intergovernamentais, mediadas pela entidade, com vista a um acordo global para prevenção de pandemias.

Em complemento às apresentações da primeira sessão, Kallás fez uma exposição panorâmica das atividades realizadas pelo Instituto Butantan. E Manoel Barral Netto descreveu o Sistema de Alerta Precoce de Surtos com Potencial de Pandemia (Alert-Early System of Outbreaks with Pandemic Potential – Aesop), desenvolvido pela Fiocruz/Bahia.

A segunda sessão aberta ao público tratou do lançamento do roteiro dos financiadores da Glopid-R para a coordenação de ensaios clínicos (Launch of GloPID-R Funders Living Roadmap for Clinical Trial Coordination). A sessão foi coordenada por John Amuasi, da African Coalition for Epidemic Research, Response and Training (Alerrt), e Alexandre Biasi, do Hcor.

Alice Norton, da Glopid-R, descreveu o processo de criação do roadmap, cujos objetivos são: “apoiar redes e plataformas de ensaios clínicos preparadas para epidemias; facilitar uma resposta de ensaios clínicos ágil e efetiva; promover um ambiente de pesquisa equitativo”. E Isabel Foster, também da Glopid-R, falou de sua implementação.

Vasee Moorthy, da OMS, apresentou a Resolução 75.8, da Assembleia Mundial da Saúde, que visa “reforçar os ensaios clínicos para fornecer evidências de alta qualidade sobre intervenções de saúde e melhorar a qualidade e coordenação da investigação”. E detalhou as orientações da organização para melhores práticas em ensaios clínicos.

Katherine Littler, também da OMS, tratou da priorização ética das pesquisas, baseada em quatro princípios: “promover valores sociais, atuar eficientemente, respeitar restrições éticas, seguir processos justos”. Palestras breves sobre a implementação de ensaios clínicos em diferentes regiões foram feitas por Biasi, do Brasil, Amuasi, de Gana, e Srinivas Murthy, do Canadá.

Reinaldo Salomão, Elisabeth Higgs (Institutos Nacionais de Saúde, Estados Unidos), Evelyn Depoortere (Comissão Europeia) e Yazdan Yazdanpanah (Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids e Hepatites Virais, França) compuseram a última mesa, trazendo o posicionamento de financiadores-membros da Glopid-R.

A Glopid-R foi criada em fevereiro de 2013 em Bruxelas, Bélgica, por recomendação de chefes de organizações internacionais de pesquisa. A pandemia de COVID-19 foi um grande teste para a colaboração, que respondeu positivamente com a criação dos primeiros hubs regionais para maior inclusão do Sul Global. Com base em um sistema rotativo de gestão, o mandato da atual diretoria, presidida por Charu Kaushic, encerrou-se agora, e a entidade entrou em um período de transição para a composição do novo corpo diretivo, que deve ser escolhido até janeiro de 2024.

Reinaldo Salomão assim avalia o saldo da nona assembleia geral: “Ela fez um balanço do aprendizado da pandemia de COVID-19 e dos desafios para o enfrentamento de novas emergências sanitárias. Realizá-la na FAPESP trouxe a oportunidade de expor o tema a nossos pesquisadores nas sessões abertas ao público, de mostrar as diferentes forças e potencialidades de nossos pesquisadores e instituições e, maior desafio, apontou para a clara necessidade de construir, a partir dessa experiência, uma rede de articulação regional, o hub regional. Estou convencido de que cooperar e aprender uns com os outros é a melhor forma de preparação para uma resposta adequada e eficiente a futuras emergências em doenças infecciosas”.

As sessões abertas da nona assembleia geral da Glopid-R podem ser assistidas em: www.youtube.com/watch?v=GKnNg3n4Udk.

Conheça a Vitrine do Conhecimento sobre Difusão do Conhecimento Científico em Saúde na SES/SP

BVS Rede de Informação e Conhecimento – BVS RIC da SES/SP disponibiliza:

Vitrine do Conhecimento sobre Difusão do Conhecimento Científico em Saúde na SES/SP.

Esta Vitrine visa dar maior destaque à produção científica e técnica da SES/SP, às bases de dados dos centros cooperantes da BVS RIC e a conteúdos relacionados. O objetivo principal é facilitar o acesso às fontes de informação em saúde, promover o fortalecimento da gestão do conhecimento científico e técnico no âmbito da SES/SP e subsidiar usuários e gestores.

O desenvolvimento desta Vitrine, contou com apoio técnico da Bireme/OPAS/OMS, com uma consultoria técnica específica e com a coordenação da BVS RIC e representantes dos centros cooperantes.

A vitrine do conhecimento é um recurso da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que visa dar visibilidade e acesso aos principais documentos e demais recursos informacionais em um tema prioritário de saúde. Para saber mais, clique aqui

Para acessar outras Vitrines do Conhecimento, clique aqui

Desembolso da FAPESP em 2022 cresceu 16,7% em relação a 2021

Jussara Mangini | Agência FAPESP – Dados do Relatório Anual de Atividades da FAPESP mostram que o desembolso da Fundação em 2022 com pesquisas científicas e tecnológicas cresceu 16,7% em comparação com 2021 e o volume de novos projetos contratados, 8.820, foi 27,8% superior. No total, estavam em andamento 20.709 projetos de pesquisa financiados pela FAPESP.

Em relação ao período pré-pandemia, o investimento de R$ 1,18 bilhão foi 3% menor e o número de novas contratações foi 16,5% inferior. Parte desse resultado está relacionada a uma queda na submissão de propostas em comparação com 2019. Esse recuo reflete o impacto da COVID-19 nas atividades de pesquisa já que, em 2020 e 2021, o risco de contágio e as regras de distanciamento restringiram o acesso a universidades, instituições e laboratórios.

“No conjunto, a FAPESP continua sendo promotora do desenvolvimento científico e tecnológico do Estado de São Paulo. Junto com universidades, institutos de pesquisa, instituições de saúde, empresas inovadoras e startups, está contribuindo para a retomada das atividades criativas e produtivas após o desastre representado pela pandemia”, afirma Marco Antonio Zago, presidente da Fundação.

No ano de seu 60º aniversário, a FAPESP ampliou as oportunidades de fomento por meio da criação de novos programas e de novas parcerias, além de adotar várias iniciativas que aumentaram o comprometimento futuro de recursos, em projetos de médio e longo prazos, de forma a canalizar os recursos acumulados no período para atividades de pesquisa e inovação no Estado de São Paulo.

A pesquisa para o avanço do conhecimento, estratégia que engloba grandes projetos de pesquisa básica e aplicada – como os Projetos Temáticos, os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), Jovens Pesquisadores, entre outros –, assim como auxílios regulares, recebeu R$ 633,0 milhões ou 53,5% do total de recursos. Desses, R$ 229,1 milhões (36%) foram destinados para bolsas e R$ 403,9 milhões (64%) para auxílios.

Em 2022, a Fundação lançou a primeira chamada do Projeto Geração, voltado a apoiar quem já concluiu o doutorado e/ou pós-doutorado e ainda não tem vínculo empregatício. Também selecionou 111 projetos na primeira chamada do Auxílio à Pesquisa Projeto Inicial (Pi), de apoio a cientistas contratados há menos de oito anos em universidades ou institutos de pesquisa no Estado; contratou 54 novos Projetos Temáticos, além de lançar o primeiro edital para seleção de novos CEPIDs a serem implantados nos próximos três anos.

Para a formação de recursos humanos para ciência e tecnologia, que inclui somente as bolsas não vinculadas a programas de pesquisa, foram destinados 18% dos recursos, patamar semelhante a 2021. O valor de bolsas foi reajustado em 15%. As demais bolsas de formação e treinamento são contabilizadas nas estratégias em que foram contratadas.

O apoio à infraestrutura de pesquisa, ou seja, o investimento da FAPESP na modernização de laboratórios, compra ou reparo de equipamentos corresponde a 11% do total desembolsado. Em 2022 estavam abertas três chamadas de propostas para aquisição de equipamentos de grande porte, no total de R$ 450 milhões, que terão reflexo nos resultados de 2023.

Vale lembrar que essa modalidade de apoio inclui também o acesso à Rednesp (Research and Education Network at São Paulo), que conecta dezenas de instituições de educação e pesquisa do Estado de São Paulo, entre elas e com o exterior. A Rednesp é responsável pela operação da Backbone SP, uma rede de fibra óptica de alta velocidade que interliga as oito universidades paulistas a uma velocidade de 100 Gigabits por segundo (Gbps).

Inovação

O aporte da FAPESP em pesquisa para inovação permaneceu no mesmo patamar de 2021, com 8,5% do desembolso. Foram R$ 99,6 milhões divididos entre bolsas (32,6%) e auxílios (67,4%) em andamento nos programas Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) e Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs), Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

O PIPE contratou 578 novos projetos de 224 empresas inovadoras e ganhou duas novas modalidades. Uma delas é o PIPE-TC, com foco na transferência de conhecimento, que permitirá o financiamento de provas de conceito de pesquisas originadas nas instituições de ensino superior ou de pesquisa que sejam de interesse de pequenas empresas, aproximando ainda mais a academia da indústria e do mercado. A outra modalidade é o PIPE Start, que tem como público-alvo potenciais empreendedores e empresas nascentes que precisam de conhecimento básico de empreendedorismo de base tecnológica. O objetivo é apoiar a fase de ideação de um produto ou processo inovador, quando a solução tecnológica ou o modelo de negócios ainda não está formatado ou validado.

Duas iniciativas da FAPESP relacionadas ao PIPE exemplificam os esforços para ampliar as oportunidades de empreendedorismo: a simplificação dos procedimentos de submissão de projetos iniciais e o estabelecimento de nova política de propriedade intelectual. Pelas novas regras, as empresas apoiadas pelo PIPE passam a deter exclusivamente os direitos de propriedade intelectual dos resultados das pesquisas financiadas.

No ano, três novos CPEs iniciaram suas atividades: o primeiro voltado para o desenvolvimento de inovação offshore, em parceria com a Shell e sede na Universidade de São Paulo (USP); o segundo, com foco no melhoramento molecular de plantas, junto com a Embrapa e com sede na Unicamp; e o terceiro, de pesquisa em imuno-oncologia, em parceria com a GSK, sediado na Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein.

Outros três CPEs foram constituídos em 2022 com início de atividades previsto para 2023. O Smartness, que realizará pesquisa em redes e serviços inteligentes mirando 2030, será instalado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a Ericsson. De olho na mobilidade aérea do futuro, o Centro de Pesquisa em Engenharia para a Mobilidade Aérea do Futuro (CPE-MAF) articulará pesquisadores da Embraer e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). E a Braskem será parceira da Unicamp e de outras instituições em pesquisas sobre o uso da plasticultura no cultivo agrícola.

Seguiu estável o desembolso com Pesquisa em Temas Estratégicos, que abrange investimentos em temas como biodiversidade (Programa BIOTA), bioenergia (BIOEN), mudanças climáticas (PFPMCG), pesquisa em políticas públicas (PPPP), entre outros. Essa estratégia recebeu R$ 86,3 milhões (7% do desembolso total), sendo 33,5% com bolsas e 66,5% com auxílios.

Entre as chamadas, destaca-se a do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), que destinará R$ 10 milhões para projetos que ofereçam análises e visão de futuro para acelerar a transição energética, e a do Programa FAPESP de Pesquisa em eScience e Data Science (e-Science), que reservou R$ 21 milhões para apoiar projetos colaborativos conduzidos por pesquisadores das áreas de computação e de ciências humanas e sociais.

Em 2022, foram anunciados 17 novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) selecionados em edital de 2021. Ao todo, 28 CCDs estão implantados. Eles reúnem, em colaboração, pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa, de órgãos públicos do Estado de São Paulo, entre outros, na busca de solução para desafios previamente definidos pelas secretarias estaduais.

Na mesma perspectiva, a FAPESP lançou em 2022 o PROEDUCA, programa de apoio a estudos sobre educação básica implementado em conjunto com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O objetivo é subsidiar o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas públicas e de abordagens pedagógicas voltadas à melhoria do aprendizado e à redução das desigualdades regionais. Em 2022, foi publicado o primeiro de três editais.

O ano de 2022 foi de consolidação de parcerias. Sete novos acordos para cofinanciamento de pesquisa foram firmados, totalizando 215 parcerias com 162 organizações estrangeiras e 53 nacionais. Foram realizadas 38 chamadas em parceria com 19 organizações estrangeiras e 13 nacionais.

No âmbito da parceria entre USP, governo do Estado de São Paulo e Instituto Pasteur, a FAPESP renovou e ampliou o apoio à Plataforma Científica Pasteur-USP, um conjunto de laboratórios que vão abrigar a unidade brasileira do Pasteur.

Merece também destaque a articulação da FAPESP para a implementação da Iniciativa Amazônia +10, parceria que envolve Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), sob liderança de seu Conselho Nacional (Confap), com o objetivo de estimular pesquisa colaborativa e interdisciplinar com foco no desenvolvimento sustentável da Amazônia. Lançada em junho de 2022, a primeira chamada mobilizou mais de 500 pesquisadores em 20 Estados brasileiros, tendo sempre pelo menos um pesquisador da Amazônia na equipe do projeto. Foram selecionadas 39 propostas, totalizando um aporte de R$ 41,9 milhões. Um segundo edital está previsto para 2023.

Repercussão

A FAPESP manteve a visibilidade na mídia nacional e internacional. Foram publicadas 53.008 notícias sobre a Fundação, sobre projetos de pesquisa ou sobre pesquisadores apoiados, volume 3% superior aos resultados de 2021, tendo como fonte de informações a Agência FAPESP, o boletim Pesquisa para Inovação e a revista Pesquisa FAPESP.

O Relatório Anual de Atividades 2022 traz ainda um balanço da produção científica sobre COVID-19 nos anos da pandemia, apresenta valores aprovados pela FAPESP em 2022 com o futuro dos projetos, e um especial sobre as comemorações dos 60 anos da Fundação.

O relatório pode ser acessado em: fapesp.br/relatorio2022.

FAPESP lança novo edital do programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento

Agência FAPESP – A FAPESP anunciou ontem (30/08) a abertura da terceira chamada de propostas para a constituição de Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs), no valor total de R$ 150 milhões. As propostas devem ser apresentadas pelo Sistema de Apoio à Gestão (SAGe) até 28 de novembro.

O edital selecionará projetos de pesquisa de impacto social, tecnológico e econômico, com duração de até cinco anos, a serem executados por equipes de institutos de pesquisa, universidades ou instituições de ensino superior no Estado de São Paulo, em parceria com órgãos de governo, articulados em Centros de Ciência para o Desenvolvimento. O valor máximo para apoio por projeto é de R$ 2 milhões anuais.

As propostas devem apresentar projetos de pesquisa orientada a problemas bem especificados e com relevância social e/ou econômica para o Estado de São Paulo.

A chamada traz uma lista de temas estratégicos, sugeridos pelos órgãos públicos (elencados no Anexo 1 do edital), como Procuradoria Geral do Estado; Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação; Secretaria da Agricultura e Abastecimento; Secretaria da Saúde; Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Habitação e Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.

É possível submeter propostas que abordem outros temas relevantes para o desenvolvimento científico e tecnológico, mas, nesse caso, serão consideradas para avaliação aquelas que atenderem a todos os demais requisitos especificados no edital.

Nas duas primeiras chamadas do programa (lançadas em 2019 e 2021), foram selecionados e implantados 28 CCDs, operando em modelo de cofinanciamento, com pesquisas nas áreas de saúde, energia, agricultura, manufatura avançada, cidades inteligentes, segurança pública e meio ambiente

Qualificação e cofinanciamento

As propostas deverão contar com equipes de pesquisa capacitadas e com ampla experiência de pesquisa nacional e internacional, governança clara e efetiva, mecanismos de revisão e metas intermediárias de sucesso bem definidas.

Cada proposta deve apontar um pesquisador responsável e pelo menos um pesquisador principal, além de apresentar um Comitê Executivo composto pelo pesquisador responsável, que assumirá o cargo de diretor do centro, e o vice-diretor, que deverá ser um pesquisador apontado pela instituição parceira com experiência comprovada no tema. As propostas precisam apresentar parceiros cofinanciadores (contrapartida financeira).

A chamada está publicada em: fapesp.br/16276/.