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Bireme/OPAS/OMS tem novo diretor

A Bireme, centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), sempre presente nas ações e projetos desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, tem um novo diretor, Dr. João Paulo Souza.

Diante de sua importante missão de contribuir para o desenvolvimento da saúde nos países da América Latina e Caribe, possibilitou, por meio de vários convênios de cooperação técnica, a implantação da BVS Rede de Informação e Conhecimento, que atua há 16 anos para o fortalecimento do conhecimento técnico em saúde no âmbito da SES/SP.

A coordenação da BVS RIC/SES-SP dá as boas-vindas ao Dr. João Paulo.

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Parceria entre FAPESP e NWO financiará projetos de pesquisa sobre materiais avançados para saúde

André Julião | Agência FAPESP – Materiais que possam ser implantados em humanos para realizar funções perdidas, sem causar rejeição ou infecção, são um dos temas de pesquisa mais promissores na área de saúde. O campo de estudo tem unido atualmente engenheiros, médicos e biólogos, entre outros especialistas, no mundo todo.

Com o objetivo de promover parcerias entre pesquisadores de São Paulo e dos Países Baixos em projetos que tragam avanços significativos na área, a FAPESP e a Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO) lançaram uma chamada de propostas com o tema “Biomateriais projetados: materiais avançados para a saúde”. Pesquisadores se reuniram em São Paulo e nos Países Baixos, em evento transmitido on-line na última quinta-feira (06/10), para falar de seus projetos atuais sobre o tema.

“Além de base científica sólida, estamos buscando propostas conjuntas que destaquem a inovação e a interdisciplinaridade, em particular entre os campos das pesquisas em saúde e ciências de materiais. Com a NWO, a chamada é apoiada pelo Merrian Fund, fundo para cooperação internacional com nações emergentes em ciência. A FAPESP é a parceira principal para os projetos do Merrian Fund no Brasil hoje”, destacou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, durante a abertura do evento.

“Esta é a nona chamada conjunta entre a FAPESP e a NWO, o que mostra a longa história que temos juntos. Normalmente, promovemos chamadas em temas relacionados à natureza e recursos naturais, mas agora lançamos essa sobre materiais avançados em saúde”, completou Anita Hardon, membro do comitê executivo da NWO.

Para o conselheiro em inovação, tecnologia e ciência do Consulado Geral dos Países Baixos em São Paulo, Robert Thijssen, o encontro é apenas uma das frentes da diplomacia do país europeu para fortalecer os vínculos com o Brasil nessa área.

“Na mesma semana desse encontro tivemos uma delegação de pesquisadores visitando empresas e universidades no Estado de São Paulo”, contou o diplomata, que revelou ainda que cerca de 80 neerlandeses assistiram ao evento, somando os que participaram on-line e presencialmente em São Paulo.

José Roberto de França Arruda, coordenador adjunto da FAPESP, explicou que a chamada é eminentemente multidisciplinar e cobre um amplo espectro de ciências físicas, biológicas e químicas necessárias ao desenvolvimento de biomateriais e às disciplinas clínicas em que eles são usados. As propostas, explicou, deverão ter uma perspectiva holística, desde pesquisa fundamental até a aplicada. “Podem incluir ainda empresas e outros parceiros”, acrescentou.

Entre os vários projetos apresentados, Mauro Salles, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), falou sobre o que ele desenvolve com apoio da FAPESP.

“O projeto está relacionado à análise dos microrganismos que produzem infecções associadas aos implantes de novos biomateriais. As osteomielites, como são chamadas, são muito difíceis de serem tratadas com os antibióticos convencionais. Nossa ideia é entender como os microrganismos se defendem e como os biomateriais podem atuar contra eles. Essa é uma oportunidade de fazer novas colaborações, reforçando a que já temos com a Universidade de Maastricht”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.

“Um ponto positivo do encontro foi a presença de pessoas da indústria e de pequenas empresas. É algo interessante, que a FAPESP busca ter mais. A NWO está nos ajudando bastante. O setor privado, particularmente nessa chamada, é muito importante”, concluiu Alexandre Rocatto, coordenador de Programas Científicos da Gerência de Colaborações em Pesquisa da Diretoria Científica da FAPESP.

O orçamento disponibilizado para a chamada é de € 2,8 milhões pela NWO e R$ 15,2 milhões da FAPESP.

O prazo para a submissão de pré-propostas vai até o dia 10 de novembro. O prazo final para a submissão dos projetos pré-aprovados é 6 de junho de 2023.

Para saber mais detalhes da chamada, acesse: fapesp.br/15563.

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Livro: Modos de envelhecer contemporâneos: ensaios críticos

Livro: MODOS DE ENVELHECER CONTEMPORÂNEOS: ensaios críticos, de autoria de Monique Borba Cerqueira, pesquisadora do Instituto de Saúde, da SES/SP
Resenha: O centro de gravidade deste livro está perto e distante da realidade vivida, porque preso a debates teóricos e também a escutas múltiplas sobre formas de viver a vida. Por isso, traz o espanto com a cansada obscuridade sobre a qual se procura traduzir rotinas e imagens embaralhadas sobre o envelhecer que proliferam hoje como problemáticas do real. O envelhecimento e a velhice são postos à luz a partir de camadas de significados incessantes que, em absoluto, devem supor um olhar raso como se houvesse “boa tampa para toda panela” na sua leitura e interpretação.
Nosso intuito é pensar o envelhecer como possibilidade, histórias cheias de começo sem fim, dispensando a decifração de suas verdades, mas apontando para sinais, caminhos, condutas, derrotas e sabedorias. A vida está nos desafiando, dizendo coisas sem parar. Assim transcorrem os fatos, notícias, fenômenos que atestam sobre o evento da velhice e do envelhecimento atual. Imagens se deslocam aflitas diante da membrana dos nossos olhos que enxergam a maturidade como forma de envelhecer, muitas vezes abdicando ou lutando contra a própria velhice. São os voos noturnos da borboleta azul que sonha com a juventude eternizada, mas eventualmente pouco valoriza ou reflete sobre a transformação da lagarta. Envelhecer pode ser se agigantar, se assenhorear do mundo ou se apequenar, desistir, imitar valores que não conversam com a experiência de longos anos vividos. Isto pode ocorrer em diversas circunstâncias da vida atual, algumas inescapáveis, quando advindas do diálogo surdo com as mídias, devido à tirania do setor saúde, de uma situação de escassez e pobreza, preconceito, abandono e falta de empatia — sinais da fissura civilizatória que vivemos.

Mover o conhecimento para o campo da diversidade expande olhares, sentimentos e saberes com os quais reconhecemos as constantes mudanças do chão que pisamos. A diferença é a real tarefa para atestar que estamos vivos. É insustentável tentar compreender o envelhecimento descolado dos seus modos de vida, sem receber os conselhos do mundo ao refazermos a leitura de fraquezas, encandecendo forças.

Os textos reproduzidos neste livro foram revistos e ampliados, escritos em diferentes momentos, e descrevem a velhice e o envelhecimento desde as suas pontas abissais — do centro hostil, movendo-se entre as externalidades do mundo até sua intimidade, silêncio e vastidão da contemporaneidade.