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Portal Research.com divulga ranking dos melhores cientistas em diversas áreas do conhecimento

Agência FAPESP – O portal acadêmico Research.com divulgou recentemente a segunda edição do ranking de melhores cientistas em diversas áreas do conhecimento. A posição de cada pesquisador é baseada no chamado D-index (Discipline H-index), que considera exclusivamente número de artigos e quantidade de citações para cada disciplina examinada. Para fazer a seleção, foram combinados dados bibliométricos de várias fontes, incluindo OpenAlex e CrossRef. As informações foram coletadas em dezembro de 2022.

Segundo a plataforma, a iniciativa visa “inspirar acadêmicos, empresas e órgãos administrativos em todo o mundo a examinar para onde os principais especialistas estão indo e fornecer uma ferramenta para que toda a comunidade científica conheça quem são os principais especialistas em áreas específicas de estudo, em diferentes países, ou mesmo dentro de instituições de pesquisa”.

O Brasil se destaca na área de química, com 117 pesquisadores figurando entre os mais citados do mundo. Jairton Dupont, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), encabeça a lista no país, sendo o 1.208º colocado no ranking geral da disciplina. Na sequência está Nelson Durán, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 1.217º colocado na lista mundial.

A área de biologia e bioquímica vem em seguida, com 104 brasileiros entre os mais citados, seguida por ciência animal e veterinária (103 brasileiros), ecologia e evolução (95), ciência ambiental (59), neurociência (54), medicina (50), ciência de materiais (48) e microbiologia (46), entre outras.

O ranking da área de genética chama a atenção pelo fato de, entre os dez brasileiros que figuram entre os mais citados do mundo, sete serem vinculados à Universidade de São Paulo (USP): Jeremy Squire (1º no Brasil e 561º mundial); Mayana Zatz (2ª e 1.352ª posições); Gustavo Goldman (3ª e 1602ª posições); Maria Rita Passos-Bueno (5ª e 2.089ª posições); Sergio Verjovski-Almeida (8ª e 2.437ª posições); João C. Setubal (9ª e 3.089ª posições); e Carla Rosenberg (10ª e 3.347ª posições). Desses, quatro são associados ao Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Biociências (IB-USP).

Fernando Queiroz Cunha, que também é professor da USP e coordena o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) – outro CEPID da FAPESP –, ficou em primeiro lugar no ranking brasileiro da área de imunologia (355ª colocação mundial) e em segundo lugar no ranking de medicina (3.688º no ranking geral da área).

Na plataforma também é possível visualizar o ranking geral de melhores cientistas divulgado em 2022, que considera todos os países e áreas do conhecimento. Nenhum brasileiro figurou entre os mil cientistas com maior Índice H. Já no ranking que considera apenas cientistas mulheres há duas brasileiras: Maria Inês Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1ª colocada no país e 723ª no mundo), e Deborah Carvalho Malta, da Universidade Federal de Minas Gerais (2ª no país e 835ª no mundo). Também há dois brasileiros no ranking “Best Rising Stars of Science” (Melhores Estrelas em Ascensão da Ciência): José C. S. dos Santos, da Universidade Federal do Ceará (1º no país e 230º no mundo), e Felipe Barreto Schuch, da Universidade Federal de Santa Maria (2º no país e 363º no mundo).

O portal traz ainda rankings das melhores universidades (do mundo e de cada país), das melhores revistas científicas (por área do conhecimento) e das melhores conferências científicas (por área do conhecimento).

Todas as listas podem ser consultadas em: https://research.com/.

 

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Universidades e institutos de pesquisa têm de voltar a atrair os jovens, diz presidente da FAPESP

Claudia Izique | Agência FAPESP – As universidades e instituições de pesquisa brasileiras têm pela frente um grande desafio: voltar a atrair os jovens para os cursos de graduação e pós-graduação, engajá-los novamente com as atividades de pesquisa e oferecer oportunidades de fazer ciência no Brasil.

“A demanda por projetos da FAPESP caiu 30%. A graduação tem menos candidatos – na engenharia essa queda foi de mais de 30% – e o número de graduados ficou 11% menor em todas as áreas, com exceção da saúde. E a pós-graduação está diminuindo. Temos um problema que precisamos resolver. As universidades têm de reformular sua relação com os jovens”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, transmitido na segunda-feira (19/06).

Apresentado por Vera Magalhães, o programa contou com a participação dos jornalistas Aldo Quiroga (TV Cultura), Fabiana Cambricoli (Estadão), Rafael Garcia (O Globo), Sabine Righetti (Agência Bori) e Salvador Nogueira (Folha de S. Paulo). Os desenhos foram do cartunista Eduardo Baptistão.

Esse cenário, que se supunha passageiro, decorrente da pandemia, se mantém inalterado. E isso num momento em que o Brasil precisa se tornar competitivo em relação ao resto do mundo, até para conter a evasão de cérebros. “Precisamos criar condições para que esses jovens saibam que, aqui, eles terão futuro”, sublinhou o presidente da Fundação. “E isso certamente não ocorrerá com políticas como a de contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [FNDCT]”, disse, comparando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de instituições brasileiras de fomento com os do National Institutes of Health (NIH) ou da National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos. “Não podemos perder talentos”, acrescentou.

Zago apontou iniciativas de sucesso, como as cotas de inclusão social e racial que mudaram as universidades, mas que criaram custos maiores. A FAPESP criou recentemente um programa de bolsas de iniciação científica para os alunos de graduação que ingressaram na universidade pelo sistema de cotas, que inclui orientação de pesquisadores vinculados a grandes projetos da Fundação, como Temáticos e Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), entre outros. “Devemos ter 800 estudantes com essa modalidade de bolsas”, afirmou. Mas reforçou: “É preciso criar programas em parceria com o governo federal e estadual para apoiar esses jovens”.

Os sinais de alerta também vêm da educação básica: alto índice de evasão, baixo índice de aproveitamento, discrepância na aprendizagem etc. “Como agência de fomento, temos pouca possibilidade de intervir, mas criamos um programa de pesquisa voltado à educação básica, o PROEDUCA, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que conta com a participação de professores e que busca solução para esses problemas”, contou.

Zago sublinhou que a FAPESP – a primeira Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa criada no país há 60 anos – tem, historicamente, uma vantagem em relação à maioria das FAPs: o compromisso dos governos do Estado de cumprir exigências constitucionais de repasse da arrecadação para apoiar a pesquisa científica e tecnológica. “Não existe outro orçamento como o de São Paulo. Mas devemos fortalecer os sistemas estaduais, descentralizar. Precisaríamos ter um fundo não contingenciado, dividido entre os diferentes entes e exigir dos governos estaduais que invistam em pesquisa. Mas não só os governos: as empresas têm de fazer pesquisa e desenvolvimento e isso deveria ser facilitado.”

Apesar da posição de destaque de São Paulo no cenário nacional de ciência e tecnologia, Zago não acredita que isso possa resultar em “centralização” da demanda por financiamento da pesquisa. “Não é um problema mapeado. Não tivemos aumento de demanda, apesar da redução federal. É importante que haja outros polos de pesquisa”, disse, lembrando o exemplo da Iniciativa Amazônia +10, que começou por São Paulo e que hoje é executada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), envolvendo pesquisadores de 27 agências estaduais de fomento para a realização de pesquisas na região. Rejeitando a ideia de “colonialismo científico”, retrucou: “A Amazônia é tema de interesse nacional. O protagonismo da FAPESP vai no vácuo de outros interesses. Fazemos projetos na região há mais de 20 anos”, afirmou, lembrando que a iniciativa prevê que os projetos tenham a participação de pesquisadores de três estados brasileiros, sendo um deles vinculado às FAPs da região amazônica.

Na entrevista, Zago falou ainda sobre investimentos da FAPESP em startups, parcerias com empresas para projetos em colaboração, pesquisas em inteligência artificial, entre outros assuntos.

A íntegra do programa está disponível em: www.youtube.com/watch?v=wE7Wlarp6l8&t=2s.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Febre Maculosa – informações e orientações técnicas

A BVS Rede de Informação e Conhecimento destaca o documento recém publicado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo:  “Orientações técnicas: febre maculosa“.

Para acessar a produção científica da SES/SP sobre Febre Maculosa, clique aqui

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