Os HTLV (vírus linfotrópicos de células T humanas) são retrovírus que tem como material genético o RNA. Eles possuem a enzima denominada transcriptase reversa capaz de transformar seu RNA em DNA complementar, e assim se inserir no DNA da célula hospedeira.
Existem quatro tipos de HTLV. O HTLV-1 foi o primeiro retrovírus humano descrito no início da década de 80, isolado de casos de linfoma cutâneo de células T e de leucemia de células T adultas. Esse vírus infecta principalmente as células do sistema imunológico (LTCD4+), e possui a capacidade de imortaliza-las, fazendo assim com que essas percam sua função de defender nosso organismo. Dentre os quatro tipos de HTLV, o HTLV-1 é o que apresenta maior importância clínica. O HTLV-2 foi isolado em 1982 de um caso de leucemia de células T pilosas. Este vírus infecta as células do sistema imunológico, preferencialmente LTCD8+. Não está associado a um tipo particular de doença, prevalecendo o estado de portador assintomático. Já os HTLV-3 e o HTLV-4 descritos em 2005, foram isolados de alguns indivíduos na África Subsaariana, e aparentemente não causam doença.
A transmissão dos HTLV se dá pelas vias vertical (durante a gestação, no parto e durante a amamentação), horizontal (pelas relações sexuais sem uso de preservativos, sendo mais eficiente do homem para a mulher) e parenteral (por transfusão de sangue, transplante de órgãos e tecidos infectados, pelo compartilhamento de agulhas e seringas infectadas, e em rituais de escarificação e auto-flagelação).
É importante destacar que a detecção da infecção pelos HTLV só foi possível a partir de 1983, quando foram introduzidos testes sorológicos para a avaliação da disseminação viral. No Brasil, a triagem para HTLV tornou-se obrigatória em todos os bancos de sangue, em 1993. A triagem para esse agente infeccioso também é realizada em doadores e receptores de órgãos e tecidos e durante os processos de fertilização in vitro em nosso país.
Clique aqui e assista o vídeo "HTLVs: Vírus silenciosos, negligenciados e desconhecidos"
Anualmente o Instituto Adolfo Lutz, por meio de seu grupo de pesquisa e colaboradores, organiza eventos sobre o tema visando destacar pautas relevantes e promover ações para o combate à doença.
Em destaque, os eventos dos últimos três anos:
