Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação lança programa paulista de Inovação
10 de maio de 2024Elton Alisson | Agência FAPESP – A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo lançou na segunda-feira (06/05) o Programa de Inovação do Estado de São Paulo.
Alguns dos objetivos da iniciativa são apoiar empresas inovadoras, promover a internacionalização de startups paulistas consolidadas e desburocratizar o acesso ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI).
“A ideia é tornar esses ambientes de inovação melhores e mais eficientes de modo que empresas inovadoras e startups tenham condições de se desenvolver a partir deles. Para isso esperamos investir no segundo semestre deste ano R$ 10 milhões, que representam o maior volume de recursos que o Estado de São Paulo já destinou para o SPAI”, disse o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan.
De acordo com o secretário, atualmente há mais de 40 ambientes de inovação distribuídos por São Paulo, englobando parques tecnológicos, centros de inovação e incubadoras de startups, atuantes em diversos setores. A meta é dobrar esse número nos próximos anos. “Esperamos ter uma rede robusta de ambientes de inovação”, afirmou.
Para apoiar empresas inovadoras e estimular a internacionalização de startups paulistas, a Desenvolve SP – agência de fomento econômico do Estado de São Paulo – criará novas linhas de crédito. Durante o evento, realizado no auditório da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes da agência anunciaram a criação de uma linha de financiamento para projetos de inovação de empresas em estágio pré-operacional, por exemplo, com recursos de até R$ 15 milhões e garantias facilitadas.
“Estamos em um momento crucial para alavancar o ecossistema de empresas inovadoras. Esse tipo de iniciativa visa impactar positivamente a economia e a sociedade, não apenas localmente, mas também em âmbito global”, avaliou Agopyan.
O secretário destacou o papel desempenhado pela FAPESP na geração de empresas inovadoras de base científica e tecnológica no Estado de São Paulo. “A FAPESP é uma entidade que há 27 anos incentiva o trabalho conjunto de grupos de pesquisa junto com as empresas que querem inovar no Estado de São Paulo. Além disso, tem uma série de programas voltados a incentivar a transformação do conhecimento em benefício da sociedade”, sublinhou.
Pesquisa em empresas
De acordo com Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, os principais objetivos da política de inovação da Fundação são consolidar a atividade de pesquisa nas empresas e estimular os investimentos do setor privado para essa finalidade.
“No Brasil, a maior parte da pesquisa científica e tecnológica ocorre em universidades e instituições de pesquisa. Se olharmos para os países líderes em inovação, onde também está a maior parte dos ganhadores do prêmio Nobel, a pesquisa ocorre com muita força nas empresas que fazem isso para serem competitivas”, apontou o dirigente da FAPESP em uma mesa-redonda na abertura do evento sobre como inovar em São Paulo.
Por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) a FAPESP já apoiou 1,7 mil empresas de base tecnológica, instaladas em um quarto dos municípios de São Paulo, destacou Zago.
Outros programas mantidos pela Fundação voltados à inovação tecnológica são os Centros de Pesquisa em Engenharia e de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), constituídos em parceria com grandes empresas, como a Embraer, e o Ciência para o Desenvolvimento, implantado em parceria com secretarias estaduais e outros órgãos públicos paulistas, afirmou Zago.
“É dessa forma que a FAPESP tenta concretizar seu apoio à inovação tecnológica, que, para ter um avanço significativo, precisa ter uma sincronia de ações entre o governo, as empresas, universidades e agências de fomento à pesquisa”, avaliou.
“Na ausência de linhas estratégicas de ciência e tecnologia definidas não conseguimos priorizar investimentos, articular ações entre os governos federal, estadual e municipal e conjugar as competências das universidades, dos institutos de pesquisa, do setor privado e do governo. No âmbito do Estado, somente o governo estadual detém liderança suficiente para organizar todas essas entidades ao longo de eixos setoriais, priorizados segundo as necessidades, oportunidades e aquilo que está disponível em cada região”, avaliou.
Um dos focos da atual política de desenvolvimento econômico no Estado de São Paulo é explorar as vocações regionais, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima.
De acordo com dados apresentados por ele, 81% do Produto Interno Bruto do Estado de São Paulo está concentrado na região metropolitana, nos municípios de São Paulo (50%), Campinas (20%), São José dos Campos (5,8%) e Sorocaba (5,1%).
“Nossa política de governo é descentralizar isso. A estratégia é usar a inovação, os institutos tecnológicos, as Etecs [escolas técnicas estaduais] e Fatecs [faculdades de tecnologia estaduais] para desenvolver as vocações locais dos municípios paulistas”, afirmou.